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Os produtores de trigo da região estão prestes a comemorar a fartura no campo. A produção nesta safra deverá superar as 430 mil toneladas previstas no início do plantio. A nova estimativa do Departamento de Economia Rural (Deral) do núcleo regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) aponta para uma colheita próxima de 470 mil toneladas. O que explica o aumento é o clima que está contribuindo para a boa produtividade das lavouras.
De acordo com o engenheiro agrônomo do Deral, José Roberto Tosato, a produtividade está variando de 3.300 a 3.500 quilos por hectare. A média prevista era de 3.250 quilos por hectare. “Temos várias áreas nos Campos Gerais com 4 mil quilos por hectare ou até mais do que isto”, comenta.
Ele conta que em alguns municípios regionais a colheita está praticamente concluída. Um exemplo é Arapoti que colheu cerca de 95% da área destinada à cultura. “O plantio em algumas cidades como Arapoti, Jaguariaíva, Tibagi, Sengés e Ventania, se iniciou entre abril e maio, portanto a colheita começou antes. Em Ponta Grossa, Castro, Carambeí e Palmeira, temos alguns produtores colhendo. A maioria começará no final deste mês porque o plantio aconteceu em junho”, diz. Desta forma, ele calcula que nos Campos Gerais a colheita atinge de 20% a 25% da área total plantada que é de 130 mil hectares.
Como a colheita será finalizada apenas no próximo mês, o agrônomo alerta para a necessidade de um clima favorável. “Até agora o tempo está colaborando. Tivemos o frio que ajudou bastante, os dias nublados e ensolarados e as chuvas. Agora, o sol forte que é muito bom para as fases de frutificação e maturação”, diz.
Preço
Se de um lado os produtores comemoram as produtividades, do outro estão preocupados com o preço no mercado agrícola. A tonelada está cotada hoje entre R$ 480 a R$ 500, segundo o agrônomo. “Quando o produtor investiu no trigo o preço estava bom. A tonelada era vendida por R$ 800 no início da colheita. Porém, como ele está colhendo com excelente produtividade a remuneração pode ser igual ou maior“, comenta.
O agrônomo lembra ainda que com a oscilação do dólar a importação do trigo está mais difícil. “Isto fará crescer a procura pelo trigo brasileiro”, observa. A região é a última do Estado a colher. No Paraná a colheita atinge cerca de 90% da área.

Fonte: Diário dos Campos Gerais