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Soja - Safra de soja não será beneficiada por medidas de crédito, diz Blairo Maggi
Data:
21/10/2008
O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, disse hoje (21), depois de se reunir com o Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que a área de soja a ser plantada no estado já está definida e que as medidas tomadas pelo governo para o implementar o crédito rural não terão mais influência sobre essa cultura. “Até liberar as primeiras parcelas, puxar os fertilizantes e receber os agroquímicos, já estaremos no mês de dezembro, que não é mais época de plantio de soja. Quem fizer isso, perderá dinheiro. Temos o problema de cerca de 10% dos produtores que não têm dinheiro para plantar, mas essa é uma situação consolidada. Haverá um prejuízo entre 5% e 10% em diminuição da área plantada”, disse o governador, que é um dos maiores produtores de soja do mundo. Segundo ele, os recursos liberados pelo governo podem ser fundamentais para os produtores de algodão, já que o plantio da cultura é realizado no mês de dezembro. Esse foi o principal ponto discutido na reunião com o ministro, de acordo com Maggi. “Na área de algodão, a estimativa é que entre 40% e 60% da produção possa não ocorrer na safra 2008/2009. Então, ainda dá tempo de reorganizar o setor.” Também presente na reunião, o senador Gilberto Goellner (DEM-MT), disse que um pedido feito ao ministro foi a correção dos preços mínimos estabelecidos pelo governo proporcionalmente à elevação dos custos de produção. Foi proposto que o orçamento de 2009 preveja também o incremento das políticas de comercialização. “Precisamos aumentar de R$ 1,5 bilhões para R$ 10 bilhões, R$ 15 bilhões, R$ 20 bilhões, dependendo das perspectivas de comercialização da safra”, disse o senador. Já o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Glauber Silveira, afirmou que , apesar do governo ter tomado as medidas corretas na liberação de recursos, os produtores rurais estão com dificuldade de acessar o crédito junto aos bancos. Ontem (20), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o percentual do saldo das poupanças rurais que, obrigatoriamente, deve ser destinado ao crédito, passará de 65% para 70%, o que deve representar mais R$ 2,5 bilhões em empréstimos. Antes, o governo já havia disponibilizado R$ 5 bilhões em recursos antecipados do Plano Safra 2008/2009 e mais R$ 5,5 bilhões por meio da elevação da exigibilidade de aplicação do bancos em crédito rural.