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Safra - Relatório do USDA motiva valorizações de soja e milho em Chicago; trigo recua
Data:
11/11/2008
Novo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre oferta e demanda de grãos no país e no mundo divulgado ontem ofereceu sustentação às cotações de soja e milho na bolsa de Chicago. Para o trigo, em contrapartida, os números apresentados foram considerados "baixistas" pelos analistas. No mercado de soja, a atenção dos traders concentrou-se nas novas projeções para os EUA, sobretudo para as exportações americanas. Como essas foram mantidas pelo USDA em 27,76 milhões de toneladas nesta safra 2008/09, apesar dos sinais de desaceleração econômica em diversos mercados, inclusive na Ásia, os preços subiram em Chicago. Os contratos futuros com vencimento em janeiro (que ocupam a segunda posição de entrega) encerraram a sessão a US$ 9,48 por bushel, em alta de 27 centavos de dólar (2,93%). No ano, conforme cálculos do Valor Data, a baixa acumulada dos papéis de segunda posição diminuiu para 21,93%. No caso do Brasil, o órgão diminuiu sua projeção de produção de soja de 62,5 milhões para 60 milhões em 2008/09 e, com isso, as exportações foram corrigidas de 27,2 milhões para 25,7 milhões de toneladas. No cenário global, o USDA ajustou para baixo produção e demanda, com saldo levemente negativo para os estoques finais. Em outubro, o USDA previa 54,34 milhões de toneladas para esses estoques; passou a estimar 54,06 milhões, ainda acima do ciclo 2007/08 (53,04 milhões). Os dados "altistas" que o mercado captou no mercado de milho foram menos claros que os da soja. Mas como outras commodities também subiram - inclusive o petróleo -, os preços do milho foram a reboque em Chicago. Os contratos para março (segunda posição) fecharam a US$ 4,0150 por bushel, ganho de 8 centavos de dólar (2,03%) sobre sexta-feira. Segundo Valor Data, esses papéis ainda apresentam retração de 13,98% no acumulado de 2008. Para a produção americana de milho, o USDA fez um corte de 0,1%. Em compensação, reduziu a previsão para as exportações do país e incrementou seus estoques finais, teoricamente outros dois fatores "baixistas". Em tempos de incertezas, contudo, o mercado interpretou os números de outra forma. Pelo menos ontem. Para o Brasil, o departamento elevou estoques iniciais e finais na mesma proporção e manteve as demais projeções. No cenário global, o destaque também foram os fortes aumentos dos estoques iniciais e finais. A produção cresceu 0,04% e as exportações mundiais recuaram 0,9%. O que não surtiu efeito para soja e milho funcionou para derrubar o trigo nas bolsas americanas, em uma clara demonstração que as movimentações financeiras ainda nublam o papel dos chamados fundamentos nas formações de preços das commodities agrícolas. Segundo traders de Chicago, determinou a baixa do trigo o aumento de 0,3% da previsão do USDA para a produção global, que deverá alcançar o recorde de 682,37 milhões de toneladas em 2008/09. A FAO, braço da ONU para agricultura e alimentação, divulgou projeção na mesma direção na semana passada, e ela foi desprezada. Na bolsa, o bushel do trigo para entrega em março (segunda posição) recuou 1,25 centavos de dólar (0,23%), para US$ 5,4075 por bushel. Em 2008, a baixa acumulada chega a 35,66%.