Arroz - Queda nos preços desacelera com suspensão dos leilões
Data:
21/11/2008
O anúncio do final dos leilões da Conab em 2008 foi bem recebido pela cadeia produtiva e reduziu a tensão sobre o mercado de arroz no Sul do Brasil. Ainda assim, como não podia deixar de ser, a semana confirmou a tendência de queda e os preços médios do indicador de preços do arroz em casca do Cepea/Esalq/USP e BM&F, bateu nesta quinta-feira na casa dos R$ 32,74 para a saca de 50 quilos (58x10) comercializada com a indústria, já incluído o frete. No dia anterior estava em R$ 32,75. O valor acumula perda de 5,06% em novembro, mas já chegou a R$ 32,71 na terça-feira. Até a sexta-feira anterior os preços se mantinham em queda mais acentuada, mas a perda de valor ficava na casa dos 4,74%. Em outubro os preços chegaram a R$ 36,39. A queda está relacionada à oferta de cereal dos estoques públicos, falta de crédito das empresas para custearem a compra, empecilhos na retirada do arroz dos estoques públicos dos armazéns credenciados e, também, de financiamento aos produtores para bancarem os custos desta safra. A suspensão dos leilões leva os analistas de mercado a apostarem em recuperação dos preços em dezembro para patamares mais próximos dos R$ 35,00. Deve ser lembrado, no entanto, que este prognóstico de recuperação existia para novembro, o que acabou não se confirmando por fatores como a concentração de compromissos financeiros dos arrozeiros. Com os leilões suspensos é reduzida a pressão sobre o mercado e a Conab assegura 1,08 milhão de toneladas de arroz de estoque de passagem para eventual demanda em 2009, garantindo o abastecimento interno. O volume equivale a quase um mês de abastecimento do país, mas é o menor da última década. Este, sim, o fator que deve manter os preços mais ajustados. O consultor Carlos Cogo lembra que nos últimos 12 meses o arroz acumula alta de R$ 45,2% nos preços ao produtor e de 49,3% no ano safra-safra 2007/08.
MERCADO A maior parte das indústrias gaúchas segue fora de mercado. Os produtores reduziram a oferta, tendo cumprido ou negociado os compromissos que venceram na semana passada. As regiões da Depressão Central, Fronteira Oeste e da Campanha gaúcha estão praticando preços médios de R$ 32,00 a R$ 32,50 nas cotações da saca de arroz de 50 quilos e 58% de grãos inteiros, em casca, ligeiramente menor que na semana anterior, com referências para Dom Pedrito, Cachoeira do Sul, Rosário do Sul, Alegrete, Agudo e Rio Pardo.
INDICADOR Em Uruguaiana, São Borja, Itaqui, Camaquã e Pelotas a saca chega na indústria (frete incluso) entre R$ 32,75 e R$ 33,50, enquanto no Litoral Norte a queda levou as variedades nobres, com 64% de grãos inteiros, ao patamar de R$ 37,00. As demais variedades são cotadas entre R$ 33,00 e R$ 34,00. O arroz beneficiado já sentiu reflexos da queda, com leve redução dos preços esta semana. A média é de R$ 47,50 o fardo de 30kg, tipo 1, no atacado paulista. O beneficiado tipo 2 fica entre R$ 44,80 e R$ 46,00.
DERIVADOS A Corretora Mercado, de Porto Alegre, indica estabilidade no preço da saca do arroz em casca com 58% de grãos inteiros, no Rio Grande do Sul: R$ 32,00. A saca de 60 quilos de arroz beneficiado também manteve a cotação de R$ 68,00. Entre os derivados, a quirera manteve-se em R$ 22,00, o canjicão perdeu R$ 3,00 nas cotações e chegou aos R$ 33,00 e o farelo de arroz manteve preço de R$ 290,00 a tonelada.
EXPECTATIVA Com a suspensão dos leilões e o aumento dos contados das indústrias, principalmente de fora do Rio Grande do Sul, cotando preços do produto em casca, além da expectativa de um estoque de passagem baixo e o comprometimento da safra do Mercosul com terceiros mercados, os analistas acreditam em um dezembro mais remunerador para os arrozeiros.
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O anúncio do final dos leilões da Conab em 2008 foi bem recebido pela cadeia produtiva e reduziu a tensão sobre o mercado de arroz no Sul do Brasil. Ainda assim, como não podia deixar de ser, a semana confirmou a tendência de queda e os preços médios do indicador de preços do arroz em casca do Cepea/Esalq/USP e BM&F, bateu nesta quinta-feira na casa dos R$ 32,74 para a saca de 50 quilos (58x10) comercializada com a indústria, já incluído o frete. No dia anterior estava em R$ 32,75.