As exportações brasileiras de arroz em outubro somaram 116,9 mil toneladas, base casca. No acumulado do ano agrícola (março a outubro) foram exportadas 579,5 mil toneladas - 83% da meta prevista pelo setor de cerca de 700 mil toneladas. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, as exportações apresentaram crescimento superior a 200%, em volume. A receita com as vendas externas cresceu em proporção ainda maior. A valorização dos preços do grão no mercado internacional durante este ano e a mudança do perfil do produto comercializado se refletiu no valor da tonelada exportada que passou de US$ 182 em 2007, para US$ 434 em 2008 - acréscimo em torno de 140%. Em outubro, só a Nigéria comprou 16 mil toneladas de arroz parboilizado - o país africano é um dos maiores importadores mundiais do cereal. Atualmente, o arroz beneficiado representa cerca de 60% das exportações brasileiras, e é o parboilizado o principal exemplar do grão a alcançar o mercado externo. A importação de apenas 371 mil toneladas de arroz de março a outubro, permitiu ao setor acumular um superávit no período de 208 mil toneladas, marca até então nunca atingida. A balança comercial registra resultado ainda mais relevante. As vendas totalizaram US$ 251,4 milhões e as compras ficaram em US$ 155,9 milhões, gerando um saldo positivo de US$ 95,6 milhões. No referente período de 2007 a balança comercial do setor registrava apenas US$ 33,7 milhões no saldo final. A Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), acredita que apesar da crise financeira mundial, que se refletiu de maneira moderada na queda nos preços internacionais da commoditty, o volume total exportado deverá superar as 700 mil toneladas previstas pelo setor para 2008. Rubens Silveira, diretor-comercial do Instituto Riograndensse do Arroz (Irga), reconhece que os volumes de embarques registrados em outubro superaram as expectativas do setor, mas admite que este mês a receita com as vendas externas deve ser menor. Segundo ele não estão sendo fechados novos negócios, "apenas aqueles já fechados estão sendo honrados". Silveira estima que o setor deve embarcar apenas 80 mil toneladas em novembro. "De agosto até agora as exportações de arroz minguaram. Estamos entregando apenas as toneladas acordadas. Não estão sendo fechados novos negócios. Em contrapartida, as importações também caíram, e muito", afirma Silveira. Segundo ele Uruguai e Argentina, os principais fornecedores do arroz importado pelo Brasil, abasteceram países fora da América do Sul em 2008 e agora, "com o dólar caro, não conseguem entrar com o produto no País".