Página Inicial
Sobre a Mercado
Histórico
Palestras
Contato
Links
Login:
Senha:
Credenciada na
 
 
Ligue:
(51) 3086-8700
Cadastro
Links Úteis
>> Pessoa Física
>> Pessoa Jurídica
>> Autorização de Corretagem na BBM
>> Envie seu Curriculum
Porto Alegre, terça-feira, 14 de janeiro de 2025
 
Notícias
Voltar para Página Anterior Pesquisar Notícias Imprimir esta Notícia
:: Acompanhe as notícias do mercado de cereais
 
Arroz - Análise da competitividade do arroz brasileiro(artigo)
Data: 27/11/2008
 
A Embrapa Arroz e Feijão realizou um trabalho buscando analisar a competitividade internacional do arroz brasileiro, bem como a competitividade interna e externa de estados produtores individualmente. Para tanto, utilizou-se como indicador o conceito de vantagem comparativa, que revela se um determinado país ou estado possui vantagem comparativa no comércio de um determinando produto ou setor no mercado. Isso pressupõe eficiência na comercialização e especialização do mesmo.
Para o cálculo do índice de vantagem comparativa do arroz brasileiro em relação ao mundo, foram utilizados dados históricos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da Organização Mundial do Comércio (OMC). Em seguida, calculou-se o índice de vantagem comparativa do arroz de estados específicos em relação ao Brasil e ao mundo. O valor das exportações de arroz e total de cada um dos estados brasileiros foi obtido no Sistema de Análise de Informações do Comércio Exterior (ALICE) do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
A análise dos resultados baseou-se, também, em outros dados como a área colhida, produção, preço médio e consumo total. Os três primeiros foram obtidos junto à Base de Dados Macroeconômicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEADATA) e os de consumo junto à Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB).
Em relação à competitividade internacional do arroz brasileiro, considerando-se o período analisado de 1961 a 2005, constatou-se que apenas em sete anos o arroz brasileiro apresentou vantagem comparativa em relação ao mundo. Estes anos foram: 1961, 1965, 1966, 1968, 1971, 1977 e 1978.
Isso significa que há muito o arroz brasileiro não possui relevância na pauta de exportações do país. O que se observou, durante a década de 1980 e 1990, foi um decréscimo da vantagem comparativa do arroz brasileiro em relação ao mundo.
Por fim, o arroz brasileiro não possuiu competitividade no mercado internacional, apesar de o país ser um grande consumidor do produto. Ou seja, o Brasil como um todo não tem conseguido ser eficiente na produção e na comercialização do arroz no mercado global.
Esses resultados pouco favoráveis ao arroz nacional estão relacionados à qualidade do produto. A pouca fertilidade dos solos, as doenças, a falta de recursos para a produção, a falta de políticas agrícolas favoráveis são alguns fatores que prejudicam a qualidade da produção de arroz brasileiro. Além desses, algumas outras circunstâncias como barreiras tarifárias e sanitárias, falta de preocupação quanto à qualidade por parte dos produtores, etc. também contribuíram.
Além de aferir se o arroz possui competitividade na pauta de exportações frente ao mercado internacional, também foi analisado se o arroz dos maiores estados produtores possui competitividade em relação ao Brasil e também em relação ao mundo.
Sendo assim, o estudo apontou para a competitividade do arroz dos maiores estados produtores no Brasil entre 1996 a 2006, que o Rio Grande de Sul está no topo do ranking dos maiores produtores, possui vantagem comparativa em relação ao Brasil nos últimos 10 anos, além da mesma ter crescido no período analisado. O arroz gaúcho apresenta uma competitividade interna frente ao mercado brasileiro de arroz, o que não é uma surpresa, tendo em vista a importância que este produto possui neste estado.
Santa Catarina, que segue em segundo lugar no ranking dos maiores produtores, possui vantagem comparativa interna em alguns anos, mas em níveis inferiores se comparados ao Rio Grande do Sul. O arroz produzido em ambos os estados é o arroz irrigado. Este tipo de arroz tem tido uma melhor aceitação no mercado internacional, devido a ser mais tecnificado e menos dependente das condições climáticas, ou seja, um produto mais padronizado e de melhor qualidade industrial. Além de ser um sistema mais estável, é um arroz com características mais próximas da demanda externa atendida pelo Brasil.
No caso do Mato Grosso, este apenas teve vantagem comparativa interna no ano de 1999. O Mato Grosso do Sul não possui competitividade interna, apesar de o arroz ser importante para alguns municípios do estado. Mas a grande surpresa é o estado de Goiás, que não apresenta nenhuma eficiência produtiva ou comercial até o ano de 2005, tendo tido um desempenho favorável em 2006.
A surpresa neste caso é que no estado as plantações de cana-de-açúcar e soja vem crescendo bastante e ainda assim o arroz goiano mostrou vantagem comparativa interna, demonstrando ser competitivo. Segundo autores, uma das dificuldades de comercialização do arroz de terras altas é a pouca padronização dos grãos, o que afeta a sua cadeia produtiva. Tendo em vista que alguns dos estados produtores são competitivos internamente, também podem o ser externamente, indo contra a tendência brasileira de competitividade do arroz.
No que diz respeito à competitividade dos estados produtores de arroz em relação ao mundo para o período de 1996 a 2005, o Rio Grande do Sul novamente se mostra competitivo com o seu arroz. O arroz gaúcho é importante na pauta de exportações do seu estado, além de possuir uma grande participação na exportação brasileira do produto. As explicações para os bons resultados apresentados pelos estados produtores do arroz irrigado já foram citadas, mas o mais importante nesse quesito é a qualidade e o tipo do produto.
A respeito dos outros estados, a competitividade mundial não é notória, apesar de o ser internamente em alguns anos. Umas das explicações é o fato de o arroz de terras altas ser consumido predominantemente no mercado interno, ou seja, é usado para o abastecimento interno do produto, não chegando a ter uma quantidade significativa na pauta de exportações. Outro ponto é, como citado acima, ainda é a falta de padronização dos grãos provenientes desse sistema.
Resumindo, o arroz brasileiro há muito não possui vantagem comparativa revelada em relação ao mundo, ou seja, não é competitivo internacionalmente. Para o abastecimento interno, apenas o Rio Grande do Sul se mostrou competitivo em todo o período analisado. Santa Catarina o foi em alguns anos, Mato Grosso e Goiás somente em um dos anos analisados. Entre os estados produtores, apenas o Rio Grande do Sul se mostrou competitivo para exportar arroz para o mundo no último ano considerado.

Fonte: Pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão
 
:: Notícias Atualizadas
 
 
 
Copyright © 2004 Corretora Mercado | Política de Privacidade | Desenvolvido por M23