Se não fosse pela soja, o comportamento das principais commodities agrícolas poderia até passar despercebido. Mas o grão atingiu ontem a menor cotação na Bolsa de Chicago (CBOT) dos últimos 15 meses e terminou o dia valendo US$ 8,345 o bushel (27,2 quilos) - queda de 19,75 pontos. Variação justificada pela aposta na retração da demanda por importação de óleo de soja por parte da China, maior comprador mundial. Com exceção do trigo, que registrou ligeira alta de 0,50 pontos, as outras commodities agrícolas negociadas na CBOT terminaram a terça-feira em ligeira baixa. Na bolsa de Londres, a pequena variação foi para cima e o açúcar foi cotado a 331,20 centavos de dólar a libra-peso (0,45 quilos), alta de 0,06%. No caso do café a valorização foi pouco mais expressiva, 0,76%. O analista Paulo Molinari, da Safras & Mercado, disse que ontem "foi mais um dia sem lógica". Para ele, a alta do dólar, que poderia ter ajudado a valorizar as commodities, acabou não interferindo na cotação. "O petróleo trabalhou o dia todo abaixo de US$ 48 e derrubou o óleo de soja (queda de 2%)". Outra justificativa para o tombo do complexo soja é de que o preço do grão estaria relativamente alto em relação ao milho.