Registro - Insumos para fertilizantes poderão ser financiados
Data:
03/12/2008
Assessor de gestão estratégica da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Ali Saab, defendeu ontem, na Câmara dos Deputados, que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financie a importação de matéria-prima para a produção de fertilizantes. Saab não detalhou a proposta, mas lembrou que um grupo de 21 cooperativas do Paraná formou um consórcio para tentar quebrar o monopólio existente no mercado brasileiro de fertilizantes por meio da importação direta e compra conjunta. O grupo começará a atuar no ano que vem. Além do financiamento para importação, o governo estuda uma linha de crédito de R$ 2,5 bilhões para capital de giro das misturadoras de fertilizantes, também com recursos do BNDES. Durante a apresentação, Saab estimou que as empresas têm 6,8 milhões de toneladas de fertilizantes em estoque. O produto, disse ele, foi importado quando os preços estavam altos e agora, com o recuo das cotações no mercado internacional, as empresas têm dificuldades para repassá-lo aos agricultores. Concentração do setor preocupa o governo A Associação Nacional dos Misturados de Adubos do Brasil (AMA), que defende a linha de crédito para as misturadoras, cita que uma tonelada de uréia, por exemplo, foi importada por US$ 800 no ano passado e hoje está sendo vendida a US$ 200 no mercado interno. Outra idéia em estudo é financiar a importação de máquinas e equipamentos como forma de reduzir os custos de produção da atividade agrícola. Projeções divulgadas por Saab indicam que a demanda interna por fertilizantes deve ser de 23 milhões de toneladas este ano. Em 10 anos, o consumo de fertilizantes chegará a 34 milhões de toneladas, calculou. O representante do Ministério da Agricultura reforçou que considera preocupante a grande concentração no setor. – Hoje, há uma concentração no mercado de venda de fertilizantes e de compra de commodities – afirmou Saab. O assessor do governo também criticou as indústrias fornecedoras de insumos, afirmando que “elas não estão preocupadas com o preço”. Saab enfatizou que os fertilizantes são indispensáveis à agricultura.