Soja - Estiagem interrompe plantio de soja no Estado
Data:
05/12/2008
A falta de chuvas, que em algumas regiões do Rio Grande do Sul já se estende por 20 dias, levou muitos produtores da região Noroeste a interromper o plantio de soja, em função da falta de umidade no solo. A situação também é crítica em alguns municípios das Missões e da Fronteira-Oeste. O atraso pode acarretar prejuízos intensos nas lavouras, já que ultrapassa o período recomendado pela assistência-técnica. A cultura do milho, que se encontra em fase reprodutiva, também está sofrendo com a falta de chuvas que em algumas localidades oscilam entre dois e 40 milímetros. "Abaixo de 20 milímetros é muito pouca chuva e nada se planta", afirma o presidente do Sindicato Rural de Ibirubá, Elmar Konrad. O período ideal para o plantio vai de novembro até 20 de dezembro, datas contempladas pelo calendário do zoneamento agrícola. Fora deste período, as lavouras deixam de ser cobertas pelo seguro agrícola. Além disso, os riscos de perdas aumentam quanto mais tarde o plantio é realizado. A orientação aos produtores é sempre semear em períodos diferenciados, medida que está sendo impossibilitada com a interrupção total dos trabalhos. "Ainda não temos como mensurar o prejuízo econômico, que só poderá ser visualizado a partir do desenvolvimento da cultura", afirma o presidente da Comissão de Grãos da Farsul, Jorge Rodrigues. Segundo ele, a situação só não é mais grave em função da adoção do plantio direto, que possibilita a manutenção do solo em melhores condições de umidade. "É importante ressaltar que quem já plantou terá lavouras com bom desempenho. A dor-de-cabeça maior é para aqueles produtores que ainda não semearam", explica. Conforme dados meteorológicos, a média pluviométrica para o mês de novembro é normalmente de 130 milímetros, mas nesse ano ela foi 40% abaixo do normal. Nesse contexto, cerca de 20% da área de soja da região Noroeste ainda não foi semeada. Konrad afirma que o grande problema é que, conforme as previsões, a tendência é de que a região se mantenha com níveis de chuva abaixo do normal até meados de dezembro. "O decréscimo do potencial produtivo é iminente, já que o ciclo da cultura será encurtado." A Emater-RS confirma o problema. "Se antes foram as chuvas em excesso do mês de outubro que atrasaram os trabalhos prévios de preparo e manejo das lavouras de cobertura, agora a causa é a falta de umidade adequada para o plantio e uma boa germinação. Essa situação é reportada principalmente por técnicos de regiões situadas a Oeste e Noroeste do Estado.", citam os técnicos no Boletim Conjuntural da instituição. Em algumas áreas do Centro-Sul, a situação se repete. Já nas lavouras localizadas a Leste e Nordeste, o plantio se desenvolve em ritmo satisfatório e dentro da normalidade.