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Safra - O lado bom do clima seco
Data: 08/12/2008
 
Expectativa de colheita farta e de qualidade na próxima safra de uvaTemperaturas altas e umidade relativa do ar baixa nem sempre são uma combinação prejudicial a todas as culturas. Enquanto as previsões de clima seco para o verão causam receio a pecuaristas e a alguns produtores de grãos, quem cultiva frutas, principalmente videiras, está comemorando.
Oassessor técnico em fruticultura da Emater, Antônio Conte, explica que uvas, pêssegos, cítricos, amoras e mirtilos são alguns exemplos de frutas que precisam de muita luminosidade e pouca chuva na fase em que se encontram:
– A uva está entrando para maturação. O pêssego está sendo colhido e os outros estão em fase de formação do fruto. Chuva aumentaria a chance de doenças fúngicas, que causam desfolhamento e até apodrecimento do fruto.
Conte destaca que a uva é a cultura que mais se beneficia com o tempo seco nesta época do ano. O técnico diz que no nosso clima, a precipitação de chuva é de 2 mil milímetros por ano, normalmente. Para videiras, é muita água se comparado ao que as plantações de países famosos por seus bom vinhos, como Espanha, Argentina e Chile, recebem (pouco mais de 400 milímetros de chuva por ano).
As plantações de uva do Sul, Fronteira Oeste, Campanha e Centro do Estado prometem resultar em ótimos frutos para os vinhos da próxima safra. Quem confirma a informação é o agrônomo da Almadén, Fabrício Domingues. A empresa cultiva 575 hectares de videiras em Santana do Livramento, Fronteira Oeste. Domingues explica que estamos entrando num período determinante para qualidade da uva.
– Nesta época de maturação da uva é quando os ácidos se transformam em açúcares. A chuva neste período geraria umidade e facilitaria o aparecimento de fungos. A previsão é de que tenhamos uma safra excelente – observa o agrônomo da Almadén.

Plantio de arroz no cedo também é beneficiado
Apesar de parte dos produtores do Estado estarem banhando suas lavouras para o arroz imergir, cerca de 48% da área total do Estado, plantada até o início de novembro, vai se beneficiar com a falta de chuva em dezembro.
O agrônomo do Instituto Rio Grandense do Arroz em Uruguaiana, Gustavo Hernandes, diz que quem plantou de setembro a começo de novembro está com a planta em desenvolvimento vegetativo. Neste período que precede a reprodução da planta, a radiação solar é um fator determinante, que vai afetar diretamente na produtividade da lavoura.
– Por isso que há três anos estamos incentivando os produtores a plantar mais cedo. Essa época, a probabilidade de falta de chuva sempre é grande. Acaba que quem planta depois precisa banhar, gasta mais e corre o risco de ficar sem água nos meses do forte do verão – finaliza.

Fonte: Zero Hora
 
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