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Tempo - CMN pode mudar perícia do Proagro
Data: 17/12/2008
 
Ampliação de prazo deve garantir avaliação de lavouras gaúchas castigadas pela estiagem  


O Conselho Monetário Nacional (CMN) deve votar, hoje, a modificação do prazo para perícia em propriedades de agricultores que acionam o Proagro Mais devido a perdas provocadas pelo clima. Pela proposta, os técnicos teriam dez dias para a inspeção após o comunicado e não apenas três como é feito atualmente.
O pedido deve-se à tendência de aumento expressivo de perícias no Estado onde a produção é atingida pela falta de chuva. Segundo o coordenador de crédito rural da Emater, Cezar Henrique Ferreira, com as novas exigências do programa, como medição de toda a área, tornou-se inviável cumprir o prazo quando há concentração de movimento.A Emater acumula dois mil pedidos de vistoria no Estado. Mas ainda não houve necessidade de deslocamento de técnicos de outras regiões além dos 550 que estão trabalhando a campo. Atualmente, o processo entre o comunicado de perda e o recebimento do laudo técnico pelo banco leva 13 dias, o que é considerado um período adequado pelo delegado federal do Desenvolvimento Agrário no RS, Nilton de Bem.
Apesar das justificativas, o alongamento do prazo vai na contramão da urgência no campo. Os produtores querem liberar as áreas rapidamente para reutilização ou uso da palha do milho perdido para alimentação animal. Mas não podem fazer isso antes da perícia, pois perderiam direito à indenização.
Ontem, o deputado Dionilso Marcon (PT), prefeitos e sindicatos dos trabalhadores rurais de quatro municípios pediram agilidade para enfrentar a perda de plantações na Região Norte. As lideranças cobraram liberação de recursos e rapidez nas avaliações com adoção de laudos coletivos. Segundo De Bem o parecer conjunto está descartado. 'A observação de safras anteriores indica perdas heterogêneas nos municípios', avalia o delegado.
Na região Noroeste, a Emater enviou 62 técnicos a campo para perícias em 45 municípios. Mais de mil pedidos já foram encaminhados. Ontem, o agrônomo Luiz Trevisan visitou a propriedade de Donaldo Jahn, no interior de Santa Rosa. Com 75% da lavoura de milho perdida, o agricultor aposta nos oito hectares cultivados com soja. Na região, as perdas no milho chegam a 35% nos 200 mil hectares cultivados. A semeadura de soja está parada, com 80% da área plantada.
Segundo agrônomo na Emater, Gilberto Jaenisch, os municípios onde a situação é mais grave são Campina das Missões, Cândido Godói, Guarani das Missões e Cerro Largo.
  
Fonte: Correio do Povo
 
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