Soja - MT começa a colher soja precoce; PR e RS sofrem com seca
Data:
30/12/2008
Alguns produtores de soja precoce do Mato Grosso já iniciaram os trabalhos de colheita no principal Estado para a oleaginosa no Brasil, enquanto no Paraná e Rio Grande do Sul o tempo predominantemente seco segue prejudicando as lavouras na safra 2008/09.
Em Mato Grosso, com safra 08/09 estimada pelo Ministério da Agricultura em 16,7 milhões de t, ante 17,8 milhões em 07/08, o tempo está razoável, segundo a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja-MT), e a colheita da variedade de ciclo curto já começou em alguns municípios.
"Em Tapurah, áreas pequenas já foram colhidas. São poucas, bem isoladas", afirmou nessa segunda-feira à Reuters o agrônomo da Aprosoja Luiz Neri Ribas, comentando ainda que nesta safra o volume de chuvas não está ideal, mas "chove o necessário" no Estado.
Na região de Sorriso, 420 km ao norte de Cuiabá, alguns produtores já subiram nas máquinas. "Acabei de soltar a colheitadeira...", disse o produtor Arilton Cesar Riedi, no município que é o maior produtor nacional do grão, com 620 mil hectares plantados.
Ele prevê colher, ainda esta semana, 330 hectares de um total semeado em sua propriedade de 2,4 mil hectares. "A soja precoce, acabo (de colher) dia 15", ressaltou.
Em Lucas do Rio Verde, no centro de Mato Grosso, onde também há colheita de soja do ciclo curto, os agricultores devem começar os trabalhos entre os dias 10 e 15 de janeiro, segundo o presidente do Sindicato Rural local, Júlio Cinpak.
A colheita em Mato Grosso, que ocorre antes em relação aos Estados sulistas, só deve se intensificar em larga escala a partir da segunda quinzena de janeiro.
Seca
O Paraná, segundo produtor nacional, e o Rio Grande do Sul, o terceiro no ranking, sofrem com a estiagem. Os gaúchos enfrentam um déficit hídrico em dezembro. Até esta segunda-feira, o Estado havia registrado precipitação média de 77 mm, contra 161,5 mm da média histórica, informou a Emater, um órgão do governo.
"Só por isso dá para ver que estamos com problemas de umidade no solo, e consequentemente a soja nasceu toda desparelha este ano, teve problema de germinação", declarou Cláudio Doro, agrônomo da Emater, por telefone.
Segundo ele, praticamente toda a soja do Estado está em fase de desenvolvimento vegetativo, mas já é possível prever uma queda no potencial produtivo.
"A arrancada inicial não é muito boa. Em relação a outros anos, está bem inferior este ano... As plantas estão com porte pequeno por falta de umidade, e isso resultará consequentemente em uma quebra de safra", acrescentou Doro, destacando que ainda é impossível dimensionar a queda na produtividade.
A safra 08/09 do Rio Grande do Sul está estimada, segundo o Ministério da Agricultura, em 8,13 milhões de t, ante 7,77 milhões de t em 07/08. "Se atingirmos 7,4 milhões de t está de bom tamanho, pelo que as lavouras estão demonstrando", completou Doro.
Já o Paraná, que reduziu suas estimativas em meados de dezembro, recebeu apenas chuvas isoladas este mês, e a situação só está piorando, de acordo com a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).
"São chuvas de verão, de 10 mm a 15 mm, mas não é geral. Tem ajudado, mas não resolvido o problema", disse o gerente técnico e econômico da Ocepar, Flávio Turra.
Para ele, há uma preocupação de produtores em relação a perdas maiores do que as previstas pelo governo, que já cortou para 11,2 milhões de t a safra de soja após estiagem iniciada em novembro, ante previsão inicial de 12,65 milhões de t. Em 07/08, os paranaenses colheram 11,8 milhões de t, segundo o Ministério da Agricultura.
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Alguns produtores de soja precoce do Mato Grosso já iniciaram os trabalhos de colheita no principal Estado para a oleaginosa no Brasil, enquanto no Paraná e Rio Grande do Sul o tempo predominantemente seco segue prejudicando as lavouras na safra 2008/09. 