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Milho - Poucas mudanças no mercado do milho
Data: 30/12/2008
 
Pesquisadores da área de economia agrícola da Embrapa Milho e Sorgo

Situação Mundial

Pouca coisa se alterou nas informações sobre o mercado internacional de milho no último mês. A principal delas é o aparente descolamento dos preços do milho dos preços do petróleo, que não param que cair. Isto apesar dos anúncios de cortes no fornecimento de petróleo, que têm se mostrado ineficazes para conter esta queda (talvez por serem apenas anúncios não acompanhados de ações). Este descolamento pode indicar que fundamentos de mercado estejam começando a direcionar o comportamento dos preços.

O outro fato importante é a previsão dos estoques mundiais de milho que, ao fim deste ano agrícola, continuam em níveis extremamente baixos em relação ao consumo. Estoques baixos não necessariamente são suficientes para dar suporte a preços nos mercados, mas abrem a porta para movimentos bruscos no caso de acontecimentos desfavoráveis a se verificarem no futuro. Por enquanto este futuro se encontra alguns meses adiante, quando começarem a circular as informações sobre a disposição dos agricultores americanos com relação ao plantio da próxima safra (que não se mostra muito animadora com relação ao milho, face aos ainda elevados custos dos insumos). Uma sinalização a respeito desta disposição é a situação na Argentina, onde verificou-se uma forte redução na área plantada, de cerca de 23%, que estão sendo agravados por início de alertas com relação a problemas climáticos.

Nos Estados Unidos a principal novidade é a redução das estimativas sobre o uso do milho para produção de etanol, embora a quantidade a ser utilizada neste ano ainda seja cerca de 22% superior à utilizada no ano passado.

Embora os preços do etanol também tenham se descolado do preço do petróleo (em função das metas de mistura à gasolina estabelecidas), a rentabilidade das empresas que atuam neste setor foi reduzida drasticamente (segundo estudos da Iowa State University). Em decorrência disto, algumas fábricas estão paralisando as atividades e a segunda maior produtora de etanol nos Estados Unidos se encontra com problemas financeiros para atender a compromissos com os fornecedores de milho, assumidos quando o preço do cereal estava nas alturas.

A equipe do novo presidente americano inclui pessoas comprometidas com a produção de etanol, mas não necessariamente a partir de milho e sim com o chamado etanol de segunda geração, obtido a partir de celulose. De qualquer forma, até que esta tecnologia esteja dominada a produção do etanol a partir do milho ainda terá seu espaço.

Situação Interna

No Brasil, as exportações necessárias para escoar o excesso de produção apresentaram uma reação no mês de novembro. Apesar disto, o total exportado neste ano é insuficiente para retirar o excesso de produto no mercado. Desta forma, o país chegará ao início da colheita da safra de verão com um estoque que será o maior dos últimos sete anos. O estoque de passagem (segundo estimativas da Conab) é suficiente para afetar o mercado de milho durante todo o próximo ano e, caso não se verifiquem fatores que afetem drasticamente a produção no próximo verão e na safrinha, poderá estender seus efeitos até o ano de 2010.

Nesta situação de incerteza, mercado externo fraco e produção recorde, os preços começaram a apresentar alguma reação em virtude da desvalorização do real frente à moeda americana. Esta desvalorização tem inclusive compensado a redução dos preços internacionais e, por outro lado, os baixos preços internos viabilizaram as operações de exportação. A reação teve início nos preços de milho nos portos e começa a se transmitir para as regiões produtoras (um acompanhamento semanal do preço do milho pode ser encontrado no site do CIMilho – www.cnpms.embrapa.br/cimilho). Entretanto, esta reação está ocorrendo muito tarde e os preços baixos já atuaram de forma negativa sobre as expectativas que direcionaram a decisão sobre a área plantada com milho nos principais estados produtores.

Outro fator que pode estar afetando os preços do milho no Brasil são as recentes notícias sobre a redução da área plantada e sobre a ocorrência de problemas climáticos em regiões produtoras do Sul do Brasil. Como estas regiões realizam os plantios mais cedo, é nelas que se verificam as primeiras colheitas que abastecem as principais regiões consumidoras de milho do Brasil no início do ano. Caso as perdas sejam severas, isto pode ser um fator que amenize a redução das exportações e forneça algum suporte aos preços.

Os preços nas regiões de safrinha ainda sofrem a pressão negativa da colheita superior à capacidade de absorção pelo mercado no curto prazo, agravado no Mato Grosso pela dimensão do mercado local e pela distância dos principais centros de consumo de milho. Isto tem viabilizado a realização de grandes atividades de confinamento de bovinos (com expressiva participação de resíduos de armazenamento e de grãos como o milheto e o sorgo na composição das rações) e a crescente produção de aves e suínos na região. Como a maior parte da produção nesta região se verifica na safrinha e a definição desta ocorrerá somente a partir de janeiro, o mercado local poderá ser abastecido com a grande quantidade de milho que lá se encontra armazenado.

Do lado da demanda por milho, o crescimento da produção de aves, apesar de apresentar um resultado expressivo no ano como um todo (crescimento superior a 7% em relação a igual período de 2007), começa a dar sinais de ajuste nos últimos meses, segundo dados da Apinco (Associação Brasileira de Produtores de Pinto de Corte) divulgados no portal Avisite. As exportações de carne de aves nos 11 primeiros meses do ano foram superiores a todo o ano de 2007, porém também aí já se verificam sinais de redução, como o verificado nas exportações de carnes de aves realizadas no mês de novembro, o que pode indicar uma menor demanda por milho no início de 2009 caso o mercado interno não seja capaz de absorver o quantitativo não-exportado anteriormente. O mesmo ocorreu com as outras carnes, com impacto potencial semelhante para o início de 2009.

Com relação à nova safra em curso, os custos de produção afetaram sobremaneira a sua implantação. A decisão dos agricultores de reduzir a área plantada e a quantidade de fertilizantes nas lavouras certamente afetará a quantidade de milho disponível no mercado no ano de 2009.

O último levantamento de intenção de plantio liberado pela Conab indica uma redução na área plantada com milho no Centro-Sul, no verão, em cerca de 5%, percentual superior ao das estimativas anteriores. Outras consultorias prevêem uma redução maior (Céleres 7,1% e Safras & Mercados 8%). Em um ambiente de redução de área e de uso de fertilizantes, o clima desempenhará um papel fundamental. Por problemas climáticos, o plantio foi atrasado no Sudeste e no Centro-Oeste. No Sul do Brasil, onde o plantio foi realizado na época mais favorável, existem alertas com relação a deficiências hídricas em fases críticas do milho, sendo que no Paraná já se estima uma quebra de cerca de 20% da safra, o que significa uma redução de cerca de 1,75 milhão de toneladas de milho.

A safrinha, embora ainda longe de sua realização, já apresenta alguns indícios desfavoráveis relacionados com o atraso no plantio da soja em algumas regiões do Centro-Oeste. Isto afetará a realização do plantio em épocas mais favoráveis para o milho (e aumentando as possibilidades para o plantio do sorgo) e reduzirá ainda mais o estímulo para o uso de fertilizantes. A única notícia favorável está nos preços mínimos, que entram em vigor já em janeiro de 2009 e são superiores aos preços em vigor na região Centro-Oeste. As informações são do Boletim informativo do Centro de Inteligência do Milho - Ano 1, Edição nº 12, dezembro de 2008.


Fonte: Agrolink
 
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