Boi - Vacinação do rebanho bovídeo contra febre aftosa começa nesta segunda-feira
Data:
05/01/2008
A primeira etapa da imunização do rebanho bovídeo (bovinos e búfalos) gaúcho, de 13,1 milhões de cabeças, começa nesta segunda-feira (5) e estende-se até o dia 30. A vacinação é obrigatória e de responsabilidade dos produtores rurais. A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio (Seappa) coordena e fiscaliza a aplicação das vacinas em todo o Estado. O lançamento da campanha oficial está marcado para as 11h de terça-feira (6), na propriedade do pequeno produtor Fernando Aguiar, localizada no Morro da Borússia, no Km 7 da Estrada da Invernada, em Osório, com a presença do secretário da Agricultura, João Carlos Machado. "Nossa meta é superar o índice de imunização do ano passado (de 95,13%), chegando o mais próximo possível dos 100%", afirma Machado. Conforme o secretário, a prioridade do governo estadual é preservar a atual condição sanitária para manter e ampliar o mercado aos produtores gaúchos. O RS é reconhecido internacionalmente pela OIE (Organização Internacional de Sanidade Animal) como livre de febre aftosa com vacinação. Este ano, o governo do Estado comprou 4,2 milhões de doses para entregar, de graça, aos produtores que possuem até 50 cabeças de gado e estão enquadrados no Pronaf. O investimento somou R$ 2,5 milhões. O secretário lembra que o Rio Grande do Sul é o único estado brasileiro que distribui vacinas aos produtores.
PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A VACINAÇÃO
Por que vacinar contra a febre aftosa? Para evitar que os animais fiquem doentes, pois a febre aftosa é uma doença muito contagiosa, de fácil transmissão e que ocasiona muitos prejuízos econômicos aos produtores e ao país.
A vacina contra a febre aftosa é obrigatória? Sim, existe a lei estadual 11.099, de 22/04/1998, que obriga os proprietários a vacinar os seus animais.
Quais os animais que devem ser vacinados? Todos os bovinos e os búfalos (bovídeos), inclusive os que tenham um dia de idade.
Quando os animais devem ser vacinados? Duas vezes por ano, uma abrangendo todo o rebanho e outra os animais de até 24 meses, conforme as campanhas oficiais definidas pelo governo do Estado e ratificadas pelo Ministério da Agricultura.
Como se adquire a vacina? Produtores rurais com até 50 bovinos e/ou bubalinos (búfalos) enquadrados no Pronaf têm direito a receber a vacina de graça do Estado. O RS é o único estado no Brasil que doa as vacinas aos pequenos produtores rurais. Para receber as doses, o produtor deve se dirigir à IVZ onde está cadastrado e retirar as doses para aplicação nos seus animais. Produtores com mais de 50 animais ou não enquadrados no Pronaf deverão ir a uma IVZ e retirar a autorização de compra da vacina (com validade de dois dias). Após vacinar os animais, o produtor deverá levar a nota fiscal da compra da vacina à IVZ para registrar a imunização, até 30 de janeiro.
De quem é a obrigação de aplicar a vacina? Do proprietário dos animais ou de qualquer pessoa que esteja responsável por eles. Em casos específicos, o serviço veterinário oficial pode realizar a vacinação.
Quem deve aplicar a vacina? A escolha é do produtor. Ele mesmo pode aplicar ou contratar um profissional. A agulha e/ou seringa deve estar devidamente limpa. Recomenda-se que a aplicação ocorra no brete. Caso não exista um na propriedade, o animal deve ser contido com segurança, para evitar contaminações.
Em que região do corpo os animais devem receber a vacina? A dose deve ser aplicada em uma região muscular. O melhor local é na região do pescoço (tábua), que deve estar devidamente limpa.
Em que horário deve ser feita a vacinação? Não há regra nesse sentido. Mas o melhor é realizar a aplicação no início da manhã ou no final da tarde, para evitar o desgaste e o estresse térmico gerado pela movimentação dos animais em horários de muito calor.
Depois de aplicar a vacina, o que deve ser feito com as embalagens? Elas devem ser incineradas, mesmo que haja sobras de algumas doses nos frascos.
Como o IVZ fica sabendo se o proprietário realizou a compra da vacina? Através da nota fiscal, emitida pela casa agropecuária onde foi adquirida. Para isso, é necessário que o proprietário retorne à IVZ e apresente a nota fiscal, até o final de cada etapa de vacinação.
A vacina causa algum mal aos animais? Não, mas deve-se ter alguns cuidados, que vão desde a conservação da vacina até a forma de aplicar.
Qual é a dose correta? É de 5ml e deve ser aplicada subcutaneamente (embaixo do couro) ou intramuscularmente (na carne).
Como deve ser conservada a vacina até ser aplicada? Os vidros devem permanecer na temperatura entre 2 e 8 graus centígrados, em geladeiras domésticas ou em caixas térmicas com gelo. Fora dessas temperaturas, a vacina perde o seu efeito.
Quais os outros cuidados que se deve ter? Além de observar a temperatura, o proprietário e seus ajudantes devem ter cuidados de higiene com a pistola de vacinação (seringa) e as agulhas, para evitar a contaminação da vacina, que pode lcausar formação de nódulos nos animais. Seringa e agulhas devem ser fervidas. A retirada da vacina do vidro não deve ser com a mesma agulha utilizada para a vacinação. A cada dez animais vacinados, troque de agulha.
É possível saber se um bovídeo foi ou não vacinado contra a febre aftosa? Sim, existem testes de laboratório, realizados com o sangue coletado dos animais, que são capazes de identificar se foram ou não imunizados.
O que acontece se for descoberto que o proprietário não vacinou os seus bovídeos? A mesma lei que obriga a vacinação permite multar os proprietários que não vacinaram o rebanho. Neste caso, o serviço oficial também vacina os animais, e todas as despesas são por conta do proprietário. Além disso, a propriedade fica interditada por 15 dias.
Para movimentar os bovídeos, é preciso que eles tenham recebido a vacina? Sim, nenhum bovídeo deve ser movimentado sem que tenha sido vacinado.