Safra - Hidrovia parada ameaça escoamento da safra de grãos
Data:
05/01/2008
O transporte da safra de grãos de parte do Centro-Oeste rumo ao porto de Santos deve piorar muito em 2009. Uma disputa que foi parar na Justiça entre a DNP Indústria e Navegação, principal companhia de navegação da hidrovia Tietê-Paraná, e a Marinha paralisou as operações dos sete comboios de soja operados no trecho entre São Simão, Sul de Goiás, e os terminais graneleiros de transbordo para trens, em Pederneiras (SP), ou caminhões, em Anhembi (SP).
É a primeira vez desde o início das operações da hidrovia, há 15 anos, que o transporte ficará parado e sem perspectiva de retomada. A Caramuru, uma das maiores tradings de capital nacional e a maior usuária da hidrovia, ainda não anunciou o que pretende fazer para transportar mais de 1 milhão de toneladas de grãos devido à paralisação de todo o complexo logístico da Tietê-Paraná.
Em 2008, a DNP transportou 1,2 milhão de toneladas de soja e projetava elevar esse volume para 1,4 milhão a 1,5 milhão de toneladas neste ano não fosse a punição aplicada pela Marinha.
A paralisação das atividades da DNP foi determinada pela Capitania Fluvial do Tietê-Paraná, ligada ao 8º Distrito Naval da Marinha.
Desde o dia 15 de dezembro, cinco tripulações da DNP estão suspensas, impedidas de comandar comboios de transporte de soja e açúcar. Outras duas tripulações já estavam suspensas. A decisão foi tomada pelo vice-almirante Terenilton Souza Santos, depois que os comandantes da companhia desrespeitaram a exigência de desmembramento dos comboios de quatro barcaças que cruzam o vão sob a ponte SP-191, na região de Botucatu (SP).
A Marinha exige que, por medida de segurança, todos os comboios da DNP sejam ancorados e as tripulações executem manobras de desmembramentos dos comboios para a passagem de duas barcaças por vez sob a ponte.
Sem a maior transportadora da hidrovia, a previsão é que o volume de carga com destino ao porto de Santos, 97% do que transita pela hidrovia, passe a ser transportado sobre caminhões, uma modalidade de transporte muito mais cara, perigosa e poluente.