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Safra - Maiores exportadores prevêem queda nas vendas neste ano
Data: 05/01/2009
 
A crise global vai reduzir as vendas dos maiores exportadores brasileiros em 2009. O impacto não será provocado apenas pela queda do preço das commodities. Grandes fabricantes de produtos básicos e manufaturados prevêem redução do volume vendido no exterior. A diversificação de mercados continuará a ser uma meta, mas não deve compensar as perdas, já que a desaceleração econômica é generalizada. A desvalorização do real ajuda a melhorar a rentabilidade, mas não a ganhar mercados, que estão retraídos.


"Não é o nosso desejo, mas 2009 será um ano de queda nas exportações", disse José Tadeu de Moraes, presidente da Samarco Mineração, sétima maior exportadora do país, conforme o ranking do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Ele prevê que o volume de minério de ferro vendido pela empresa no exterior vai cair entre 15% e 30% este ano em relação a 2008, porque a recessão prejudicou a demanda por aço em vários mercados.


Como a Samarco exporta quase 100% do que produz, essa queda significa redução equivalente de produção. Ainda não estão previstas demissões, mas a empresa suspendeu novas contratações. Moraes disse que as vendas na Ásia devem ser um pouco melhores que no resto do mundo, mas não o suficiente para reverter a situação. "Diferente das crises dos últimos 20 anos, que tiveram impacto forte no México, na Rússia, na Ásia, agora o problema é generalizado."


A Vale do Rio Doce, segunda maior exportadora do país, que não deu entrevista, anunciou recentemente corte de 10% na produção e demissão de 1,3 mil trabalhadores no mundo. A empresa exporta 90% do minério de ferro que produz.


Além da redução de volume, as mineradoras também devem sofrer com a provável queda nos preços do produto em 2009, que está em negociação com as siderúrgicas. Segundo Pedro Galdi, analista da SLW Corretora, os preços podem recuar 15% este ano - percentual que se somaria à queda de volume no impacto negativo para a balança comercial brasileira.


Com a ajuda de mercado aquecido e preços em alta, as exportações de produtos básicos ganharam destaque na balança comercial brasileira no ano passado. A fatia das mineradoras Vale e Samarco no total das vendas externas subiu de 5,6% de janeiro a novembro de 2007 para 8% em igual período de 2008. A receita obtida por essas empresas com exportações cresceu cerca de 80% no período. As tradings de soja Bunge, ADM e Cargill também tiveram destaque no ranking dos dez maiores exportadores brasileiros e responderam juntas por 4% das vendas externas. Mas esse desempenho não deve se repetir.


Oitava maior exportadora do país, a Cargill estima queda entre 30% e 50% na receita obtida no exterior em 2009, disse o diretor do complexo soja da multinacional, José Luiz Glaser. Esse setor não tem a opção de cortar a produção porque os agricultores compraram os insumos antes da crise e mantiveram o plantio. A desvalorização do real também acaba beneficiando o produtor. Se o clima colaborar, o tamanho da safra 2008/2009 será parecido com a atual, e, com o mercado interno desaquecido, o volume excedente para exportar deve ficar estável. O ajuste, portanto, ocorrerá via preço, que caiu 50% desde o pico ocorrido em junho de 2008.


De acordo com Glaser, a queda nos preços da soja vai depender da evolução da demanda, mas o executivo não está otimista. "Vai ser um ano difícil, o quão difícil ainda não sei. O mais importante é o que vai acontecer na China", disse. Com um crescimento médio anual de 9,8% nos últimos 30 anos, o gigante asiático foi responsável por um forte aumento no consumo de soja. Uma parcela da população chinesa migrou do campo para as cidades, introduzindo a carne em sua dieta alimentar (a soja é utilizada na ração animal). Se a China for duramente atingida, essas pessoas podem voltar para o campo, reduzindo o consumo de soja. Procuradas pelo Valor, ADM e Bunge, outras grandes exportadoras, não deram entrevista.


"Ninguém precisa de financiamento para comprar frango ou óleo de soja. Teoricamente são produtos que sofreriam menos com uma recessão como essa, mas o impacto já é forte", disse Glaser, referindo-se ao início da crise global, que foi provocada pela escassez de crédito. Se o impacto já chegou até os produtores de alimentos, empresas que dependem do cliente conseguir financiamento para exportar estão ainda mais preocupadas. No ranking dos dez maiores exportadores brasileiros estão três grandes companhias exportadoras de manufaturados: as montadoras de automóveis Mercedes-Benz e Volkswagen e a fabricante de aviões Embraer.


De acordo com o vice-presidente financeiro da Embraer, Antonio Luiz Pizarro Manso, a entrega de jatos comerciais será 20% menor em 2009 em relação a 2008. "Decidimos ser pé no chão e fazer uma previsão bastante conservadora", disse. Por conta do revés, a receita obtida pela Embraer com exportação deve cair de US$ 6,5 bilhões em 2008 para US$ 6,3 bilhões este ano. A projeção inicial da empresa era atingir US$ 7,1 bilhões em 2009. No almoço de fim de ano com a imprensa, o presidente da Embraer, Frederico Curado, demonstrou pessimismo: "Não achamos que essa situação externa será de curto prazo."


Manso explicou que o problema não é de falta de demanda, mas de dificuldade dos clientes em encontrar financiamento. A Embraer está defendendo aumento na participação do BNDES no financiamento de suas vendas dos atuais 10% para 25%. "Seria apenas um apoio temporário", disse o executivo. Segundo Manso, a desvalorização do real trouxe alívio para o caixa, mas deve incrementar muito a competitividade. Ele também descartou a diversificação de mercados como uma alternativa para a contornar a crise, porque a recessão é mundial e a Embraer já reduziu de 80% para 50% as vendas destinadas aos Estados Unidos.


Em uma situação bastante complicada, as montadoras evitam fazer previsões para 2009. A Volkswagen reduziu suas exportações em 9% de janeiro a novembro de 2008 em relação ao mesmo intervalo em 2007 (o único desempenho negativo entre os dez maiores exportadores do país) e perdeu o posto de maior exportadora do setor automotivo para a Mercedes-Benz, cujas vendas externas cresceram 50% no período. A Volks não quis dar entrevista e a Mercedes não conseguiu localizar um porta-voz por conta das férias coletivas.


De acordo com Jackson Schneider, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as exportações de veículos vão recuar em 2009, mas a entidade não arrisca previsões. Ele afirmou que as vendas caíram por conta recessão global, inclusive nos países da América Latina, tradicionais clientes do Brasil no setor. "Com mercados menores, a competição será maior", disse. Ele afirmou que a valorização do real pode aumentar a competitividade do automóvel brasileiro, mas por conta da volatilidade ainda não é possível medir o quanto. "Esse novo patamar do dólar não é só no Brasil, mas em todos os mercados", disse.


A Petrobras, maior exportadora do país, não quis comentar o assunto. De janeiro a novembro de 2008 em relação a igual período do ano anterior, a empresa aumentou em 51% as exportações e contribuiu com quase 10% das vendas externas do país. Boa parte desse incremento foi resultado do aumento de preço, pois o maior consumo interno e o atraso no cronograma de produção quase inviabilizaram o crescimento do excedente destinado à exportação. O preço do petróleo sofreu um tombo de quase 70% desde o pico de US$ 134 por barril em junho, o que deve impactar diretamente na receita obtida pela estatal no exterior. As perspectivas para as exportações em 2009 são negativas não só para a Petrobras, mas para a maioria dos grandes exportadores. "No fundo, a balança comercial dos últimos anos foi um presente", resumiu Glaser, da Cargill.
 
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