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Vinho - Produtores de vinho comemoram
Data: 05/01/2009
 
Os produtores de vinho nacional, que viram seu mercado encolher de 80% para 20% das vendas na última década por causa da desvalorização do dólar, começam a sorrir novamente.
A súbita alta da moeda norte-americana, cotada atualmente a cerca de R$ 2,30, começa a se refletir nos preços da bebida produzida pelos concorrentes estrangeiros nas gôndolas dos supermercados.
- A diferença no preço está pesando para o consumidor - afirma Márcio Bonilha, diretor nacional de vendas da Miolo, que tem 17% do mercado nacional de vinhos finos.
Segundo Bonilha, o novo patamar de preços dos importados já trouxe reflexos nas vendas do fim do ano. O impacto maior, porém, deve vir a partir deste mês, quando os varejistas começam a repor mercadorias.
- Vamos receber um pedaço do bolo dos importados - diz.
A perda de força dos importados também ajudou a empresa a registrar crescimento de 20% em volume de vendas em 2008. De acordo com o diretor da Miolo, com a crise financeira e a moeda americana valendo R$ 1,60, a expansão ficaria entre 10% e 15%.
- Esse dólar diminui o abismo entre o vinho nacional, que paga 52% de imposto, e o importado, cuja tarifa é de 19%.
A vinícola Salton estima um adicional de 20% nas vendas com o dólar no nível atual. Segundo o presidente Ângelo Salton, a questão custo-benefício vai falar mais alto para o consumidor.
- O comprador é calculista - avalia o empresário.
Segundo Salton, a alta de aproximadamente 50% na moeda norte-americana colocou seus produtos quase em pé de igualdade com os importados, principalmente chilenos e argentinos. A diferença de preços caiu de 60% para 30%.
- Agora, meu vinho que custa de R$ 10 a R$ 14 concorre com um similar importado vendido entre R$ 18 a R$ 20 - explica o presidente da vinícola.
No último trimestre, a mudança já pôde ser sentida, informa o empresário. Os pedidos de entrega de mercadorias para as festas de fim de ano, normalmente feitos entre os meses de outubro e novembro, foram reforçados em dezembro. A Salton estima crescimento de 5% nas vendas em 2008, chegando a 175 milhões de litros.

Fonte: O Pioneiro
 
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