Safra - Seca eleva pedidos de seguro agrícola no Estado
Data:
06/01/2009
A estiagem que castiga as lavouras gaúchas desde novembro tem levado muitos produtores, especialmente os que se dedicam ao plantio de milho, a apelar para os recursos do seguro agrícola. Conforme levantamento da Emater-RS, até ontem, mais de 4,9 mil pedidos de vistoria para fins de liberação do Proagro já haviam sido encaminhados à entidade, que estima que este número deva ultrapassar os 10 mil em todo o Estado. No geral, as perdas totalizam 70% nas lavouras das regiões Norte, Nordeste e Oeste, consideradas as mais atingidas.
Desde o início de dezembro, o Banco do Brasil recebeu 5,5 mil pedidos de Proagro, dos quais 5 mil direcionados para o milho, 230 para o feijão, 40 para a soja e outros 200 para outras culturas. No comparativo com a safra 2007/2008, o volume é bem expressivo, já que em seis meses foram encaminhadas 11,3 mil solicitações ao banco, no caso do milho, 7,5 mil para a soja e 319 para o feijão. O Sicredi contabiliza, desde novembro, 2,7 mil pedidos.
A diretora técnica da Emater, Águeda Marcéi Mezomo, afirma que as chuvas do fim de semana ajudaram a diminuir os prejuízos apenas no caso da soja, já que as perdas no milho plantado no cedo são irreversíveis em muitas localidades. A fase mais severa da estiagem abalou as lavouras de milho na fase de floração e de enchimento dos grãos, momento delicado para a planta. No caso do cereal plantado no tarde, as chances de recuperação ainda existem, "caso continue a chover", avalia o primeiro vice-presidente Sérgio de Miranda. A maior concentração de pedidos ocorre na área de abrangência da Emater em Santa Rosa e Ijuí, além dos municípios dos regionais de Passo Fundo e Erechim.
Conforme o Informativo Conjuntural da Emater-RS, o plantio do milho, que atinge 86% da área prevista, mantém atraso em relação à sua média histórica, basicamente na Metade Norte do Estado. A mesma situação se repete na soja, cujo plantio chega a 93% da área prevista. A demora é reflexo da irregularidade das precipitações nas áreas de produção, gerando falta de umidade no solo para sua semeadura e evolução normal. Toda a área semeada encontra-se em germinação e desenvolvimento vegetativo.
Outra cultura que também tem sentido os reflexos da estiagem é a do feijão, especialmente as lavouras que se encontram nas fases de floração e enchimento de grãos, 8% e 22%, respectivamente. No geral, 10% das lavouras de feijão estão em germinação e desenvolvimento vegetativo, enquanto 28% encontram-se maduros e por colher e 32% já colhidos.
Há poucos dias, a lavoura de feijão colhida vinha mantendo bom padrão de qualidade e produtividade, sendo que nas primeiras áreas colhidas, principalmente no Médio Alto Uruguai, a produtividade se apresentava bem acima do rendimento esperado. A partir dos últimos quadros climatológicos, quando a estiagem se faz sentir com maior força em algumas regiões, a produção deverá cair em várias lavouras, devendo reduzir a expectativa média do Estado.