As cotações da soja subiram pelo quarto pregão consecutivo com os rumores de que o clima seco e quente poderá prejudicar as safras no Brasil e Argentina, os dois maiores produtores depois dos Estados Unidos. Os contratos da oleaginosa com entrega para maio fecharam cotados em US$ 9,87 o bushel (27,2 quilos), valorização de 1%. "O clima seco e as temperaturas em alta nesta semana irão aumentar a pressão sobre as colheitas no Leste da Argentina ao Sul do Brasil", informou Mike Tannura, meteorologistas da T-Storm Weather, em Chicago. "Os níveis de evaporação possivelmente aumentarão na próxima semana, à medida que as temperaturas se elevam acima dos 35° C em muitas áreas", acrescentou Tannura. "A soja tem se recuperado diante da seca na América do Sul, que continua em muitas áreas da Argentina, sustentando os preços ", disse Anne Frick, analista sênior de oleaginosas na Prudential Financial. "A estimativa ainda é de tempo muito seco na Argentina e espera-se que as colheitas sejam afetadas nos dois países durante esta semana." A soja é a segunda maior safra dos Estados Unidos, avaliada em US$ 26,8 bilhões em 2007, segundo demonstram cifras do governo. O milho é a maior cultura do país, avaliada em US$ 52,1 bilhões no mesmo período. O crescimento das exportações na semana encerrada em 1º de janeiro impulsionou as cotações do trigo. Os contratos com entrega para maio ficaram cotados em 629,50 centavos de dólar o bushel (27,2 quilos), alta de 0,9%. Segundo as informações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na última semana de 2008 foram embarcados 278 mil toneladas da commodity, o dobro da semana anterior. As cotações do suco de laranja subiram com as informações de redução na área plantada e das perdas provocadas pelo clima seco. Os papéis com entrega em março subiram 3,6%, para 74,70 centavos de dólar a libra-peso (0,45 quilos).Na contramão dos principais grãos, o milho com vencimento em maio recuou 0,2% para 421,50 centavos de dólar o bushel (25,4 quilos). Segundo analistas, a valorização do dólar por causa do novo pacote de estímulo à economia americana deverá reduzir a demanda mundial pelo grão.