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Milho - Estado já perdeu mais de 1,6 milhão de toneladas de milho com seca
Data: 07/01/2009
 
A estiagem na região norte e nordeste do Rio Grande do Sul causou a perda de pelo menos 1,6 milhão de toneladas de milho que seriam colhidas no Estado, quebra de 30% sobre a previsão de uma safra de 5,6 milhões de toneladas estimada pela Federação da Agricultura do RS (Farsul).
De acordo com o coordenador da Comissão de Grãos da Farsul, Jorge Rodrigues, "muitas lavouras foram simplesmente trituradas e o replantio já foi realizado, em outras o milho foi destinado a alimentação animal", relata.
Para Rodrigues, essa perda já consumada "vai determinar a necessidade de importação de milho pelo estado". Em algumas regiões gaúchas, o cereal começou a ser plantado ainda em agosto, em outras o plantio foi concluído apenas em dezembro, mas as perdas foram distribuídas de maneira uniforme entre as lavouras localizadas a norte, nordeste e também na faixa oeste - principais regiões produtoras. "Em algumas plantações, as quebras chegam a 60%", revela a diretora-técnica da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS), Agueda Mezzomo.
Em se tratando da soja, cultura que ainda está em fase de crescimento vegetativo, as perdas ainda não foram estimadas e, segundo o coordenador da Comissão de Grãos da Farsul, podem ser evitadas "caso volte a chover por aqui. Tudo depende dos próximos dois meses". A Farsul mantém a estimativa de uma safra de soja para o estado em torno de 8,6 milhões de toneladas. "Já tivemos colheita de 10 milhões de toneladas, mas em função da redução de tecnologia esse número já seria menor", explica Rodrigues.
A estiagem que secou as plantações gaúchas provocou uma disparada no número de sinistros acionados pelos produtores para garantir o seguro do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Em menos de uma semana os pedidos de avaliação técnica na Emater/RS saltaram de três mil para quase cinco mil. Em menos de um mês, o número de pedidos chegou a 4,9 mil, e a Emater prevê que este número chegue a 10 mil até o final de janeiro.
É com base nesses pedidos de seguro e nos laudos elaborados pelos técnicos que a Emater calcula uma perda inferior a 2% nas lavouras de feijão. "Houve quebra também nas plantações de girassol, mas por enquanto também são pequenas", diz Mezzomo - números que a Farsul acredita estarem subestimados. Cerca de 90 mil pessoas foram afetadas diretamente pela estiagem nos 44 municípios que decretaram situação de emergência.
O laudo produzido pela Emater atestando as visíveis perdas garante o ressarcimento integral do valor segurado ao produtor pelas instituições seguradoras. A quebra na produção de milho do Estado, que até agora a Emater garante estar estacionada em 10%, não deve aumentar pela falta de chuva - uma vez que os grãos já foram formados - e sim pelo excesso de pedidos de avaliação, já que pelo menos novos 5 mil devem aparecer este mês.

Fonte: Gazeta Mercantil



 
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