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Soja - cresce peso chinês nos embarques de soja
Data: 07/01/2009
 
A despeito das reviravoltas provocadas pela crise financeira global, sobretudo a partir de setembro, as importações chinesas de soja mantiveram-se firmes em 2008 e dão sinais de que permanecerão robustas em 2009, apesar das previsões de desaceleração econômica e das incógnitas que cercam o volume de estoques do país, que voltou a aumentar nos últimos meses.
Já essencial para as exportações brasileiras de soja, a China ganhou ainda mais relevância em 2008. As pouco mais de 10 milhões de toneladas de soja em grão embarcadas em 2007 representaram 42% do volume total vendido ao exterior. Até novembro de 2008, dados mais recente compilado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as vendas para o país chegaram a 11,7 milhões de toneladas, ou 50% do total. No óleo, as compras chinesas passaram de 19% para 32% do total de um ano a outro.
Cria-se, com isso, um certo dilema para as vendas externas da principal commodity agrícola brasileira. Se, por um lado, as compras aquecidas são um alento em um momento de esfriamento da economia mundial, a maior dependência de um parceiro econômico dado a guinadas bruscas em suas políticas de comércio externo não deixa de causar algum incômodo.
No primeiro semestre de 2008, as importações chinesas perderam força por conta da alta dos preços internacionais, que acompanharam a onda de valorização das commodities, agrícolas ou não, e atingiram seus picos históricos. Depois disso, com o declínio das cotações, a China adotou uma política de recomposição de estoques, sobre os quais os dados são sempre nebulosos. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a China deve encerrar a safra atual (2008/09) com estoques finais de 4,72 milhões de toneladas, volume 75% maior que o de duas safras atrás.
"Por um lado, a forte demanda chinesa é boa porque ajuda a sustentar os preços na bolsa de Chicago. Por outro, o ritmo de recomposição de estoques preocupa. Até quando isso vai ocorrer? O nível dos estoques deles é uma incógnita", diz Daniele Siqueira, analista da Agência Rural. Apesar da ressalva, a analista acredita que a robustez das exportações brasileiras de soja para a China em 2009 permanecerá nos níveis do ano passado.
A produção chinesa de soja deve passar de 14 milhões para 16,8 milhões de toneladas entre as safras 2007/08 e 2008/09, segundo o USDA. No farelo, a produção deve crescer 5%, para 32,3 milhões de toneladas. A de óleo, por sua vez, deve avançar 5,6%, para 7,36 milhões de toneladas. Para 2008/09, o USDA projeta baixa de 4,8%, para 36 milhões de toneladas, das importações de soja em grão.
"A leitura do mercado chinês é pouco transparente, mas tudo indica que o número do USDA está baixo. É pouco provável que as importações fiquem abaixo de 37 milhões de toneladas", diz Renato Sayeg, da Tetras Corretora. "Em 2008, apenas em outubro os embarques para lá ficaram abaixo de 3 milhões de toneladas".
O analista crê na permanência da demanda aquecida mesmo sob um cenário de crescimento chinês de 7,5% em 2009, tido como pessimista. "A velocidade das importações chinesas tem se mantido constante", afirma.
As projeções de preços para a soja têm sido divergentes. Há quem aposte no retorno aos US$ 11 por bushel e outros, na contramão, apontam a sustentação em torno de US$ 7, diz Sayeg. Longe dos extremos, o analista acredita que o preço médio ficará próximo de US$ 8,50 no primeiro semestre.
Antonio Sartori, da corretora gaúcha Brasoja, que está entre os que sustentam que o comércio mundial de commodities agrícolas não perderá volume em 2009, acredita que a China não ampliará significativamente suas importações de soja e derivados (farelo e óleo) ao longo do ano.
Segundo ele, o gigante asiático ampliou de maneira expressiva suas compras em 2008, principalmente a partir do início da queda das cotações, e fez estoques confortáveis. Nesse cenário, afirma, se os chineses mantiverem suas importações no mesmo patamar será um ótimo negócio.
Ele observa, ainda, que o fato de a demanda chinesa no momento estar mais firme pelo produto dos Estados Unidos reflete, além do fator sazonal - os americanos acabaram de colher, enquanto no Hemisfério Sul a colheita começará nas próximas semanas - , interesses políticos e uma estratégia mais agressiva de vendas de parte dos exportadores americanos.
Exemplo dessa agressividade é relatada pelo próprio Conselho de Exportação de Soja dos EUA (USSEC, na sigla em inglês). Evento de aproximação organizado pela entidade em meados de 2008 levou aos EUA 16 companhias da China, que assinaram compromissos de importações no valor total de US$ 4,5 bilhões, montante nunca antes negociado em um único dia.
Ontem, segundo a Dow Jones Newswires, exportadores privados americanos comunicaram ao USDA vendas de mais 232 mil toneladas de soja em grão produzidas na safra 2008/09 para a China, e anúncios como esse tornaram-se comuns nas últimas semanas.
Ainda que coadjuvante em relação ao petróleo, que tem norteado o andamento dos preços das commodities agrícolas, a demanda tem ajudado a sustentar as cotações nas últimas duas semanas. Ontem, a soja registrou forte valorização na bolsa de Chicago.
Sartori explica que o grosso das exportações de soja para a China, independentemente da origem, é realizada por grandes tradings globais como ADM, Bunge, Cargill e Louis Dreyfus. Nos principais países fornecedores, como EUA, Brasil e Argentina, as corretoras são a ponte entre as tradings e os produtores, muitas vezes reunidos em pools ou associados a cooperativas.
O que se negocia hoje no Brasil, onde as vendas antecipadas continuam muito lentas apesar do maior apetite chinês, é em geral para embarque a partir de abril ou maio. A lentidão das vendas reflete, entre outros fatores, as incertezas quanto a preços e câmbio, que também ajudam a manter os produtores também mais retraídos.
Embora a previsão de manutenção do apetite chinês por soja seja corrente, a expectativa com as exportações totais da commodity não é tão otimista. À Dow Jones Newswires, José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), disse que as exportações brasileiras da oleaginosa devem cair das 24,6 milhões de toneladas de 2008 para cerca de 23,5 milhões de toneladas neste ano. O recuo, conforme o executivo, deverá acontecer em virtude do cenário adverso da economia e também da queda da produção, decorrente do menor uso de fertilizantes nas lavouras nesta temporada 2008/09.

Fonte: Valor Econômico
 
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