Os produtores rurais gaúchos aderiram em massa à renegociação das dívidas, encerrada em 30 de dezembro de 2008. Levantamento preliminar do Banco do Brasil (BB) aponta que 99% dos 225 mil agricultores que poderiam ser beneficiados fizeram a opção. A previsão é que a renegociação alcance 93% de R$ 3 bilhões em passivo no Estado. Quem não aderiu perdeu os benefícios previstos na lei 11.775 e não terá acesso a crédito público. Para ser enquadrado era preciso quitar o débito ou fazer um pagamento mínimo exigido, dividindo o restante em parcelas anuais. Segundo o superintendente estadual do BB, Ary Joel Lanzarin, aproximadamente 2 mil produtores terão suas dívidas encaminhadas para execução judicial ainda neste mês. Além da multa, o contrato passa a ser corrigido por juros de mercado e não mais com subsídio do crédito rural. Em uma operação de empréstimo, a taxa de 6,75% ao ano pode ultrapassar os 18%. As discussões em torno da renegociação da dívida rural levaram mais de um ano, até que fosse sancionada a medida provisória (MP) 432, convertida na lei 11.775. Foram beneficiados 2,8 milhões de contratos de crédito rural e fundiário, em um valor total de R$ 75 bilhões em débitos, a maior renegociação rural feita pelo governo federal.