As perdas provocadas pela estiagem na cultura do feijão no Rio Grande do Sul devem levar a Conab a incentivar a busca do produto em Santa Catarina, a fim de abastecer o mercado gaúcho. A medida, contudo, não deve ser suficiente para evitar a redução na oferta e a alta nos preços do produto. O órgão conta com estoques públicos baixos (menos de 2 mil toneladas) e não há excedentes na produção nacional. No Estado, as perdas podem chegar a 40% da safra, conforme projeção da Comissão de Feijão da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), o que deve representar perda de pelo menos 35 mil toneladas, apesar das chuvas do início do mês.
As opções
MILHO De onde pode vir o grão quando há perdas no campo: Pode vir principalmente de Mato Grosso. Santa Catarina também é alternativa. Em caso de falta de estoques no Brasil, o governo estimularia importações de Argentina e Estados Unidos. Nesse caso, o governo deve subsidiar fretes para que indústrias da Região Sul tragam o milho estocado no Centro-Oeste. SOJA Raramente o governo age para reorganizar a oferta entre os Estados. A soja tem um mercado voltado para exportação e mais estruturado do que as outras culturas. O próprio setor privado oferece estoque e excedentes para compensar perdas em locais com seca. ARROZ Em caso de falta de arroz, o governo trataria de colocar no mercado seus estoques públicos disponíveis no Estado, que superam as 620 mil toneladas, volume superior à projeção de consumo no Rio Grande do Sul: 500 mil toneladas por ano. Se mesmo assim não fosse suficiente, a alternativa seria trazer de Mato Grosso, Goiás ou até mesmo da Ásia, o que dificilmente seria necessário, de acordo com a Conab. FEIJÃO A alternativa é trazer de Santa Catarina e do Paraná, onde há produção de feijão preto, preferido no sul do Brasil.