Milho - Estiagem afeta safra de milho na Argentina
Data:
10/01/2009
As variações climáticas que assolam a Argentina nos últimos meses agravou as preocupações sobre a produtividade de outras lavouras de grãos. Após derrubar a produção de trigo no país, um período de clima quente e seco danificou as plantações de milho e adiou os planos dos agricultores de semear soja. O atraso no plantio da oleaginosa também pode provocar prejuízo na safra, diminuindo potenciais rendimentos, avaliaram fontes do governo especializadas na previsão do tempo. Os prejuízos nas lavouras de milho foram causados na semana passada, quando as temperaturas dispararam para níveis superiores a 34º C e os índices de umidade despencaram, avaliou Stella Maris Carballo, especialista do Instituto nacional de Agricultura e Tecnologia. Um conjunto de tempestades, que deveria reabastecer a umidade do solo, cruzaria os pampas argentinos ontem (11 de janeiro), dando aos agricultores a chance de plantar milho e soja de final da safra, disse Carballo. O milho e a soja são geralmente plantados entre setembro e dezembro. "Está um desastre lá fora", disse Carballo em uma entrevista de Buenos Aires na última sexta-feira. "Estamos esperando por um milagre neste domingo". A plantação de milho argentina avançou 3 pontos percentuais na semana até 8 de janeiro, disse na última sexta-feira a Secretaria de Agricultura. O país foi o segundo maior exportador de milho do mundo no ano passado depois dos Estados Unidos. O período de plantio da soja também avançou 3 pontos percentuais e está agora 86% completa, disse a secretaria. A Argentina é o terceiro maior produtor de soja do mundo atrás dos EUA e do Brasil. A colheita de trigo está agora 99% acabada, disse a secretaria. As estimativas de colheita da commodity foram revistas para baixo em quatro ocasiões. Em virtude do clima seco, o país já previa inicialmente que sua safra seria menor, acumulando um total de 13 milhões de toneladas. No entanto, o prolongamento da estiagem fez a Bolsa de Cereais de Buenos Aires revesse seus números, que atualmente são de 9,3 milhões de toneladas, queda de 7% em relação à previsão inicial. Na safra passada, o país vizinho alcançou uma produção de 16 milhões de toneladas.