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Os primeiros informes sobre a colheita de soja precoce em Mato Grosso (MT) indicam produtividades dentro da média esperada, com um clima satisfatório, informou na sexta-feira o Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola (Imea).
"Os primeiros reportes são de produtividades oscilando entre 48 a 52 sacas por hectare, dentro da média estimada por este instituto, que é de 50,75 sacas por hectare para a safra 2008/09", afirmou um boletim do Imea, ligado à Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).
Segundo o instituto, "o sucesso da produtividade está no clima que, diferentemente de outras regiões deste país, vem sendo satisfatório para o desenvolvimento das lavouras, com períodos de boa luminosidade intercalados por chuvas em quantidade suficiente".
O Mato Grosso, o maior produtor de soja do Brasil, Estado com safra estimada pelo Ministério da Agricultura em 16,7 milhões de t em 2008/09, ante 17,8 milhões em 07/08, costuma ser um dos primeiros do País a iniciar a colheita, que deve se intensificar nos próximos dias.
Em todo o Estado, o Imea registrou até o momento colheita em 0,6% da área total de 5,5 milhões de hectares. Em 07/08, o plantio no Estado foi de 5,67 milhões de hectares.
Lá produtores plantam parte da safra com variedades de ciclo mais curto, pensando em obter melhores preços com os primeiros lotes antes do pico da safra, por questões climáticas, não deixando toda a lavoura suscetível a um só padrão meteorológico, ou mesmo para antecipar o plantio da safrinha de milho.
Fala-se que a soja precoce produz menos, mas até o momento a produtividade registrada nas primeiras colheitas está próxima da média estadual de 52,4 sacas/hectare (3.145 kg/ha) de 07/08, quando os mato-grossenses registraram um recorde histórico.
Segundo o produtor José Guarino Fernandes, presidente do Sindicato Rural de Sapezal (oeste), a colheita da soja precoce está sendo favorecida este ano pelo tempo mais seco neste mês.
"Nunca tivemos um janeiro como esse. Choveu 20 mm (em Sapezal, no acumulado de janeiro)", afirmou Guarino.
Tradicionalmente, chove cerca de 300 mm no acumulado de todo o mês de janeiro, segundo o presidente do sindicato.
"As produtividades iniciais estão muitos boas. As (safras de) precoces todo ano perdem com um pouco de ardido, por causa da chuva em dezembro e janeiro. Neste ano... o grão está excelente."
Entre os municípios que já iniciaram a colheita em Mato Grosso, Sapezal é o que está mais adiantado, com 5% da área de mais de 330 mil hectares colhida, segundo o Imea.
Em Lucas do Rio Verde, no médio norte do Estado, 2,5% da área de mais de 225 mil hectares já foi colhida.
Se por um lado o tempo seco tem favorecido a colheita, começa a trazer um pouco de preocupação para os produtores.
"Tem algumas áreas mais atrasadas que até problema de produtividade vai ter, por falta de chuva", destacou Guarino, observando que o padrão climático na atual temporada em Sapezal está semelhante aos dos municípios de Campo Novo do Parecis, Brasnorte, Campos de Júlio e Comodoro, na mesma região oeste.
Para os próximos dias, a Somar Meteorologia prevê chuvas para o Mato Grosso, nas não em volumes elevados.
Outras regiões do Brasil, como o Sul, onde a seca já resultou em algumas perdas, receberão chuvas nos próximos dias, segundo a Somar.
O tempo na América do Sul vem sendo motivo de preocupação para os participantes do mercado de Chicago, onde a soja tem subido por esse motivo, como acontece na sexta-feira.

Fonte: Invertia