O Paraná, um dos Estados que mais produzem grãos no país, sofreu este ano com a estiagem. As perdas na safra de grãos são maiores do que se previa. É isso que aponta o último levantamento do Deral, o Departamento de Economia Rural do Estado. De acordo com o Deral, o Paraná deverá perder cinco milhões de toneladas de grãos do total da safra deste ano. A estimativa inicial falava num potencial das lavouras de 21 milhões de toneladas. Mas com a estiagem a colheita deve ficar em 16 milhões. São 23% a menos. A maior perda, de 38%, é no feijão. O milho terá perda de 31%. A soja sofrerá queda de 17%. O município de Floresta, na região noroeste do Estado, é um exemplo. As lavouras cresceram pouco e a soja nem se formou. O agricultor Antônio Fernandes só espera agora a avaliação do seguro. “Pelo menos a despesa dá pra gente tirar. Não tem renda nenhuma, mas, pelo menos, tira o capital empatado. É menos mal”, avaliou Fernandes. A chuva, tão esperada, voltou a cair nos últimos dias. Mas chegou tarde. As plantações mais atingidas pela estiagem não se recuperam mais. Só no município de Floresta são 600 propriedades rurais. Em mais da metade os agricultores não terão o que colher. Quem ainda fez o seguro agrícola recebe uma indenização. Mas para quem não tem essa garantida é um safra perdida. O agricultor Dalton Kamagone plantou 400 hectares de soja. A parte mais castigada da lavoura não tem seguro e o agricultor já decidiu o que fazer.”As minhas áreas são todas financiadas, mas metade tem Pro-Agro e a outra metade não tem. Agora, é tentar renegociar”, falou. Por causa dos prejuízos no campo o município de Floresta decretou estado de emergência.