Chicago, 19 de Janeiro de 2009 - O milho e a soja fecharam a semana em alta de quase 7% devido a especulações de que a demanda por estoques nos Estados Unidos vai melhorar, já que 11 semanas de clima seco estão reduzindo a produção na Argentina e no Brasil, os dois maiores exportadores desses produtos depois dos Estados Unidos. A Argentina pode registrar 13 milímetros de chuva amanhã, mas o clima quente e seco deve retornar e permanecer pelos próximos 10 dias, disse Allen Motew, diretor de meteorologia do QT Information Systems de Chicago. As temperaturas acima da média e o clima mais seco podem persistir até abril, disse ele. O jornal O Clarín, sediado em Buenos Aires informou que o país planeja ajudar agricultores afetados pela seca. "O clima continua a ser um fator determinante, e a expectativa é de safras menores na Argentina e também no Brasil", disse Greg Grow, diretor de agronegócios da Archer Financial Services em Chicago. O governo argentino prevê uma redução de até 50% nas exportações de milho em 2009. No ano passado foram exportadas de lá cerca de 15 milhões de toneladas. Os índices futuros do milho para entrega em março subiram 25,75 centavos de dólar, ou 6,7%, para US$ 3,91 o bushel no Chicago Board of Trade. O contrato, que é o mais ativo da CBOT, acumulou baixa de 8% na semana passada, depois da previsão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) elevando as reservas globais. A projeção fez com que o bushel do milho tivesse uma queda no dia 14 deste mês de US$ 3,58, a maior em quatro semanas. Até a última quinta-feira, o preço havia caído 54% de recordes US$ 7,9925 em junho. Os contratos para entrega do cereal em maio tiveram uma valorização um pouco menor, 25,50 centavos de dólar o bushel negociado, mas a cotação ultrapassou a barreira dos US$ 4, terminando a semana cotado a US$ 4,0175. Os índices futuros da soja para entrega em março subiram 25,75 centavos de dólar, ou 6,8%, para US$ 10,12 o bushel em Chicago. Os índices futuros mais ativos caíram para US$ 7,7625, maior queda em 18 meses no dia 5 de dezembro, uma queda de 53% de recordes US$ 16,3675 no dia 3 de julho. O bushel do trigo para entrega em maio também fechou a semana valorizado com alta de 1,6% na sexta-feira. A tonelada curta do farelo de soja seguiu a tendência e também registrou alta de 3,5%.