A notícia de chuva no fim de semana em algumas regiões do Estado melhorou a situação da soja que poderia ser prejudicada pela baixa precipitação registrada nos últimos dias. Como em certos lugares a oleaginosa ainda está em desenvolvimento, o tempo ideal é sol e chuva. Para a colheita é preciso seca, mas sem água a soja pode não ganhar peso e pode cair em produtividade. A analista do mercado de grãos do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), Maria Amélia Tirloni, destaca que por enquanto não há confirmações de perdas expressivas, mas havia uma preocupação, principalmente em regiões de solo mais arenoso. O Imea ainda não teve tempo de levantar, mas há informação de chuvas no fim de semana, o que ameniza a situação. A colheita da soja já começou no Estado, que está com média de 1,2%. A liderança no trabalho é da região Oeste, com destaque para o município de Sapezal, onde 5% da lavoura estão colhidos. Maria Amélia diz que a colheita está dentro da normalidade, apesar da preocupação com a seca na semana passada. O processo de retirada da soja do campo deve se estender até o mês de abril. A maior parte é colhida até março, mas um pequeno percentual, em torno de 7%, fica para abril, onde o plantio é feito mais tarde. A analista do Imea aponta também que houve uma grande movimentação nas primeiras semanas do ano para compra de soja. Tudo porque as multinacionais têm necessidade de garantir o esmagamento. Após o dia 20 de janeiro será possível saber em que nível está essa comercialização da safra 08/09, que está sendo colhida. No final do ano passado, o mercado futuro da soja não teve um bom momento. A oleaginosa de Mato Grosso fechou 2008 com somente 29% da safra atual vendida. Em dezembro de 2007, a comercialização do plantio 07/08 era de 66%. Uma diferença de mais de 100%. A soja, que é o carro chefe das exportações de Mato Grosso encerrou 2008 com o terceiro melhor desempenho desde o ano 2000. Foram exportadas 8,661 milhões de toneladas do grão, o que é igual a 49% do total produzido. O maior resultado do período foi em 2006, quando o Estado embarcou 59% de sua produção. Conforme o Imea, a evolução das vendas externas de soja nesses oito anos chegou a 200%, ao sair de 2,890 milhões de toneladas para 8,661 milhões. Enquanto colhe a soja, o produtor continua sem saber quanto vai plantar de milho na segunda safra, a chamada safrinha, que em Mato Grosso é a principal dessa cultura. De acordo com o Imea, ainda estão sendo fechados negócios de insumos. No ano passado, nessa época, os produtores já estavam com os insumos nas fazendas. O plantio é feito após a colheita da soja.