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Soja - Mofo branco ataca soja na região de Uberaba
Data: 26/01/2009
 
A alta umidade do solo, aliada ao tempo chuvoso e fresco, está propiciando a reprodução do fungo Sclerotinia sclerotiorum nas lavouras de Uberaba. O agente patogênico provoca uma doença chamada mofo branco, responsável pelo apodrecimento na haste principal da soja, causando a morte da planta. De fácil contaminação, a doença começou a chamar atenção nos últimos três anos e hoje está em praticamente todas as áreas produtoras da cidade. A informação é da pesquisadora da Epamig, Dulândula Silva Miguel Wruck, que considera a situação preocupante.
A Sclerotinia sclerotiorum produz um corpo reprodutivo de alta resistência chamado scleródio, capaz de sobreviver até cinco anos no solo. Produtos químicos, o calor seco e congelamento de 60 graus são incapazes de destruí-lo. O scleródio, ao germinar, forma uma estrutura chamada apotécio, que, por sua vez, produz esporos que infectam a flor da soja, espalhando-se pelo caule e folhas. Em pouco tempo a planta murcha e morre.
A outra forma de penetração nas propriedades se dá com resíduos de soja que vêm sendo comprados por criadores de gado para suplementar a alimentação. Se o “farelo” estiver contaminado pelo scleródio, passa pelo intestino do gado sem causar danos, mas sobrevive nas fezes, contaminando o solo. Hoje é muito comum a integração entre agricultura e pecuária.
O próprio produtor, por desconhecer o mofo branco, pode, segundo Dulândula Wruck, infectar outras partes da propriedade quando a colheitadeira passa sobre as plantas contaminadas. Para evitar a disseminação, o maquinário não deve ser utilizado até a lavagem e completa desinfecção. Outra recomendação da pesquisadora é o uso de sementes de boa procedência.
A rotação de culturas também é apontada como alternativa para o manejo da doença. O scleródio não atinge as gramíneas, o milho e o sorgo. Entretanto, é hospedeiro de aproximadamente 400 espécies como a alface, feijão, batata, ervilha e hortelã. O tomate, o girassol e a canola são altamente suscetíveis de contaminação. A pesquisadora da Epamig afirmou que já existem fungicidas que combatem o fungo no feijão, mas para a soja, que predomina na região, ainda não nada disponibilizado no mercado.
Estima-se que o mofo branco comprometeu 10% o rendimento da última safra de soja colhida em Uberaba.

Fantasma
O tempo nublado se transformou também no grande vilão para o reaparecimento de outra doença que pode atrapalhar o rendimento da safra de soja: a ferrugem asiática. Dulândula Wruck disse à reportagem do JM que um primeiro foco da doença foi detectado em Uberaba em dezembro do ano passado. “Algumas amostras enviadas à Epamig revelaram contaminação pelo fungo. Mas os produtores já estão pulverizando as lavouras que estão florescendo”, diz. A ferrugem asiática causa rápido amarelecimento e queda prematura das folhas, impedindo a formação plena dos grãos.
Esta doença está sob controle na região, conforme externou a pesquisadora da Epamig. O fato de muitos produtores terem feito o replantio da soja devido ao tempo seco, provocando a germinação de plantas de diferentes idades, irá demandar pulverização em maior quantidade, principalmente entre as mais jovens.

Fonte: JM Online
 
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