Trigo - Supensão das exportações de trigo da argentina não deve afetar mercado
Data:
27/01/2009
O anúncio de que a Argentina deverá suspender as exportações de trigo, em função da seca que também assola aquele País O anúncio de que a Argentina deverá suspender as exportações de trigo, em função da seca que também assola aquele País, não deve ter um grande impacto para o consumidor brasileiro. Essa é a opinião dos analistas da Ocepar – Sindicato da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná e do diretor-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima). A explicação está no nível dos estoques nacionais, considerados bastante saudáveis por ambos. Para o analista técnico da Ocepar, Cassiano Bagagnolo, caso ocorra uma baixa dos estoques o produto de outros parceiros do Mercosul, com Paraguai e Uruguai poderá ajudar a controlar a demanda do mercado. “Além disso o governo poderá novamente reduzir a TEC (Tarifa Externa Comum) de países como o Canadá e os Estados Unidos, a exemplo do que já fez no ano passado”, argumenta. “A expectativa de uma brusca redução na safra de trigo na Argentina (queda de até 50%) não deve refletir imediatamente nos preços para o consumidor no Brasil”, a avalia Claudio Zanão, diretor presidente da Abima. Segundo ele, a colheita mundial do segundo semestre de 2007, que representa 75% do total de trigo comercializado durante o ano, superou as expectativas e ainda vai garantir a oferta para a indústria durante algum tempo. “Além disso, ao contrário da Argentina, as próximas safras no Brasil e em outros países que podem abastecer nosso mercado prometem ser boas”, diz Zanão. Ele lembra também que, tradicionalmente, no início do ano há uma queda nas vendas dos produtos derivados de trigo. “Aumentar os preços agora agravaria ainda mais esse quadro desfavorável que as empresas já têm que enfrentar”, avalia o executivo. Apesar das perspectivas favoráveis, Zanão alerta que cuidados devem ser tomados para garantir o abastecimento ao longo do ano. “É necessário oferecer crédito aos produtores e aos moinhos nacionais, além de garantir condições logísticas adequadas para o escoamento da safra. Como complemento, já é indicado planejar adequações tributárias para facilitar a importação necessária, cerca de 50% do que será consumido, de outros mercados”, finaliza Zanão.