A previsão de uma forte chuva na Argentina fez despencar o preço da soja nesta terça-feira. O contrato de vencimento em maio caiu 33 pontos para US$ 9,8375 o bushel, recuo de 3,2%. O milho também sofreu desvalorização. O papel com vencimento em março reduziu para US$ 3,7750 bushel do grão, queda de 4,1% em relação ao pregão anterior. A pressão nos preços ocorreu ontem, mesmo com a presidente argentina Cristina Fernández ter declarado que o país estava sofrendo de uma "emergência agrícola" trazida por uma devastadora seca. O recuo de ontem também afetou trigo. A commodity desvalorizou-se 1,2% fechando o dia em US$ 5,9750 o bushel. De acordo com analistas, o petróleo, algodão e o café é que vão puxar a recuperação das commodities neste ano, estimada em 20%. "A oferta desses produtos não será suficiente para atender à demanda", disse o fundo de hedge Tiberius Asset Management AG. O preço do petróleo deverá avançar 28% para mais de US$ 60 o barril, no segundo semestre, disse Christoph Eibl, um dos sócios da empresa, sediada na Suíça. "A correção de algumas das commodities é exagerada. Os mercados tendem a extrapolar para cima, e isso acontece para baixo também", afirmou. Conforme apuradas pelo Índice S&P GSCI, as commodities subiram 1% este ano, depois de despencar 43% em 2008, sua pior crise de todos os tempos. A recessão simultânea instaurada nos Estados Unidos, na Europa e no Japão, somada à desaceleração da economia da China, minou a demanda por combustíveis e metais. A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e as mineradoras estão reduzindo a produção, em decorrência disso. O algodão e o café vão superar os metais em desempenho porque os agricultores norte-americanos migraram da cultura do algodão para a do milho, devido à produção de etanol, depois da disparada dos preços dos combustíveis, em meados de 2008, e em um momento em que os países produtores de café ingressaram em seu ano de menor produtividade, disse Eibl.