A demora na liberação dos R$ 2 bilhões prometidos pelo governo federal para financiar capital de giro coloca as cooperativas agropecuárias contra a parede. Se a verba não chegar em fevereiro, o setor pode começar a demitir. Hoje, ocorre reunião em Cruz Alta. Até agora, falta de liquidez e crédito e elevação de juro têm sido driblados com corte de despesas operacionais, renegociação junto a fornecedores e bancos. Mas, com os custos adicionais da safra de verão, a situação se complica. O presidente da Fecoagro, Rui Polidoro Pinto, pretende ir a Brasília. Segundo ele, as exportadoras passam maiores dificuldades. Na Cotrimaio, os embarques estão paralisados desde outubro, gerando sobra de 120 mil t de soja. O vice-presidente Antônio Wünsch negocia dívidas. A cooperativa não consegue receber R$ 20 milhões devidos por associados devido às perdas da seca de 2005. Com faturamento de R$ 550 milhões e 800 funcionários, a cooperativa teme o futuro. 'Precisamos de cinco anos para amortizar o descompasso entre dólar e real.'