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Registro - No forno, novo plano estratégico
Data: 29/01/2009
 
Governo federal prepara ações de apoio para os próximos 15 anosAté o final do governo, em dezembro de 2010, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer ter em mãos um plano estratégico para o agronegócio.
O projeto, que abrangerá o período dos próximos 15 anos, deverá apontar quais devem ser as diretrizes de atuação do governo para impulsionar o setor, conciliando questões ambientais e sociais, atualmente fatores de tensão permanente. Para coordenar o trabalho foi convidado o pesquisador Décio Luiz Gazzoni, da Embrapa Soja. Ele assumirá na próxima segunda-feira, em Brasília, a função de gerente do projeto a ser desenvolvido no âmbito da Subsecretaria de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
Gazzoni atribui ao ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, atual presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), papel importante na decisão de realizar o estudo.
– É a pessoa mais bem preparada do mundo para entender a lógica do agronegócio brasileiro. Foi ministro no primeiro mandato do presidente Lula, que entendeu a importância do setor, sobretudo a questão da agroenergia, e levou a demanda ao ministro Mangabeira Unger – comentou Gazzoni.
O pesquisador diz que o grande desafio do Brasil é expandir a atividade agropecuária sem que as novas fronteiras agrícolas avancem sobre as regiões da Amazônia e do Pantanal, focando no aumento da produtividade. A criação de empregos, sem prejuízo da qualidade de vida do trabalhador do campo, a defesa agropecuária, a logística e a infraestrutura também serão pontos importantes no trabalho.
– É um projeto amplo, mas teremos de apontar algumas prioridades a serem avaliadas pelo presidente – antecipa o pesquisador.
Na avaliação de Gazzoni, pesquisador da Embrapa desde 1974, atuando nas áreas de sanidade agropecuária, agroenergia e economia agrícola, há muitas oportunidades a serem exploradas pelo agronegócio no médio prazo, e para isso o país precisa antecipar demandas, conhecer as legislações dos países potenciais compradores dos produtos brasileiros, consolidar uma boa imagem como exportador. Vê, portanto, na criação dos adidos agrícolas um importante passo nesse rumo.
A questão da bioenergia é outro ponto a ser abordado, considerando o esperado aumento da demanda por combustíveis renováveis no mundo. Mas enquanto o mercado internacional se ajusta a esse novo cenário, ele aponta o mercado interno como o principal foco do Brasil neste momento.
– As vendas de etanol já superam as de gasolina mas, em 10 anos, podemos crescer muito mais nesse setor. E ainda há muito o que ocupar no diesel – destaca o pesquisador.

Fonte: Zero Hora
 
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