Café - Reunião do CMN de hoje deve confirmar votos para setor
Data:
29/01/2009
Os produtores de café esperam que na reunião de hoje do Conselho Monetário Nacional (CMN), a partir das 15 horas, medidas de apoio ao setor, acertadas com o governo no início desta semana, sejam votadas e aprovadas. Entre outros votos, o prazo para pagamento da parcela das dívidas de custeio, cujo vencimento ocorreu em dezembro, deve ser prorrogado para 30 de junho. Até lá, o produtor poderá pagar 20% do valor da prestação e diluir os 80% em quatro anos. No voto do CMN de hoje, estas mesmas condições deverão valer para os débitos de colheita e estocagem que vencem em janeiro, fevereiro e março deste ano. Espera-se, ainda, que seja aprovada a conversão do passivo em sacas de café, mas apenas para os débitos relacionados às operações com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), estimados em cerca de R$ 1 bilhão, e que tiveram prazo alongado até 2020, conforme a Lei 11.775. O lançamento de um programa de leilões de opções de venda para a cafeicultura também foi aprovado pelo governo. O valor e o volume deverão ser divulgados em fevereiro. As operações de opção de venda devem começar em abril, quando inicia a colheita do café. Apesar dessas iniciativas, os cafeicultores não estão totalmente satisfeitos. Muitos produtores podem ficar sem acesso a novos empréstimos para financiar a lavoura cafeeira porque não tiveram renda suficiente para honrar compromissos. "As medidas ficaram muito aquém das expectativas e vamos continuar em estado de atenção", informa o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Gilson Ximenes. Os produtores reivindicam estender a medida de conversão da dívida em sacas de café para todo o passivo da cafeicultura, que alcançaria cerca de R$ 3 bilhões. Além de não ter sido aceita pelo governo, a proposta também não alcançou consenso quanto ao valor de referência para a conversão. O governo teria sugerido R$ 211 pela saca de 60 kg (preço mínimo de garantia). Os cafeicultores, no entanto, pedem R$ 320, valor que seria suficiente para garantir alguma rentabilidade ao setor. O presidente do CNC considera, no entanto, que foi positiva a iniciativa do governo de se criar um grupo de trabalho para traçar um diagnóstico completo do setor. A expectativa é de que a comissão se reúna pela primeira vez na semana que vem. "Será feito um estudo profundo, o mais rápido possível, com o objetivo de se encontrar solução para sanear a dívida da cafeicultura", diz Ximenes. Serão três representantes do governo (do Ministério da Agricultura e da Fazenda). Outros três membros serão do setor produtivo. Pelo CNC devem participar o próprio Ximenes e Osvaldo Henrique Paiva Ribeiro, da cooperativa do cafeicultores de Varginha (MG). O cooperativismo de crédito deve ser representado por Renato Paiva. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) deve ser representada pelo presidente da Comissão Nacional de Café, Breno Mesquita.