A China, maior produtora mundial de grãos, deixará de colher 46% da safra de trigo por causa de uma seca atípica, que já dura três meses. A estiagem atinge as principais províncias produtoras e isso deverá desacelerar o plantio de outros produtos na primavera. Condições de estiagem "raramente vistas ao longo da história" ameaçam cerca de 139 milhões de mu (9,31 milhões de hectares), plantados com trigo em oito províncias, entre as quais as de Henan e de Anhui, segundo o Departamento Estatal de Controle de Enchentes e Assistência a Áreas de Seca. A seca deverá reduzir a produção chinesa de grãos, restringir as exportações do país e prejudicar os esforços do governo da China de aumentar a renda da população rural, quando 20 milhões de trabalhadores migrantes perderam seus empregos. O presidente Hu Jintao e o primeiro-ministro Wen Jiabao determinaram que se empenhe "esforço total" para combater a seca, disse a Agência de Notícias Xinhua. "A situação é cada vez mais premente", disse Wang Chen, diretor de pesquisa em commodities da Wanda Futures Co., por telefone a partir de Pequim. "A safra de inverno de trigo e de canola foram prejudicadas e o plantio de milho e soja deverão também ser afetados."