Safra - Queda estimada de grãos em Mato Grosso será de 5%
Data:
06/02/2009
A produção de grãos de Mato Grosso apresentará redução de 5% na safra 2008/2009 na comparação com o resultado do período anterior. De acordo com o quinto levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e divulgado nesta quinta-feira, o volume produzido no Estado totalizará 26,792 milhões de toneladas, ante as 28,193 milhões (t) verificadas na safra anterior, uma diferença de 1,404 milhão/t. A área também registra queda, mas bem menor que a produção. Este ano estão sendo cultivados 8,467 milhões de hectares contra 8,603 milhões do plantio 2007/2008, retração de 1,6%. No Brasil, a queda na produção é maior que em Mato Grosso. A estimativa da Conab aponta para um volume de 134,684 milhões (t), 6,5% a menos que as 144,113 milhões (t) colhidas na safra passada. Já a área teve um leve acréscimo, passando de 47,421 milhões (ha) para 47,850 milhões (ha), variação positiva em 0,9% de um ano para outro. A queda na produção verificada em Mato Grosso é, segundo representantes do setor, motivada pela retração nos investimentos em tecnologia, principalmente em fertilizantes. Prova disso é o recuo na produtividade dos grãos do Estado, que conforme a Conab caiu 3,4%, baixando de 3,277 mil quilos por hectare na safra 2007/2008 para 3,164 mil kg/ha na atual. No país, a produtividade baixou de 3,039 mil kg/ha para 2,815 mil kg/ha, retração de 7,4%, mais que o dobro de MT. Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, a análise sobre os números negativos estimados para o Estado deve ser feita sob outro aspecto, especialmente sobre o recursos que deixarão de circular em decorrência da queda na produção. Ele calcula que, com estes números, o prejuízo pode chegar a R$ 1,3 bilhão. "Multiplicamos o valor dos produtos (soja, milho e algodão) pelo valor de venda (em cotação alta) pela quantidade que deixou de ser produzida e temos uma cifra bilionária de renda bruta que deixará de gerar emprego em várias cadeias e impostos para o Estado". Prado diz que a redução provoca um efeito cascata e que a redução na produção é ruim para todos e que o resultado é consequência da falta de crédito, atraso na renegociação das dívidas rurais e também do clima, já que este ano choveu menos que em 2008, prejudicando o plantio.