Em uma iniciativa para frear a produção de vinho fraudado, viticultores que prestarem declarações inexatas por meio do talão do produtor sofrerão penalidades como apreensão do talão e multa. Até 2008, somente cantinas eram penalizadas por informações preenchidas por terceiros. Segundo o fiscal federal agropecuário do Serviço de Inspeção Vegetal do Ministério da Agricultura (Mapa), José Fernando Werlang, a ilegalidade é constatada quando a nota aponta um volume superior ao entregue, a chamada "uva de papel." Por isso, a importância do talão estar sempre com o agricultor e ser preenchido somente por ele. O presidente da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin, concorda com a punição, mas criticou o Ministério da Agricultura. "É preciso seguir as regras, mas o Mapa tem de fiscalizar os coquetéis que tiraram o espaço de 100 milhões de litros de vinho mercado nacional." Werlang lembra que cantinas devem receber uvas de produtores cadastrados, com garantia de qualidade, sob pena de autuação. Essas orientações constam na circular do Mapa e da Seappa. Para o diretor executivo do Ibravin, Carlos Paviani, as irregularidades se concentram em cantinas informais. "O que se percebe são vinhos comercializados em beira de estrada, sem rótulo, sem procedência, nem garantia."