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Milho - Produtores de milho de Portugal apostam de novo nos biocombustíveis
Data: 16/02/2009
 
Os Produtores de milho e cereais voltam-se de novo para a janela aberta pela produção de biocombustíveis e consideram que esta área pode ajudar a impulsionar a produção agrícola destes produtos em Portugal. Reunidos em Tomar, os produtores de milho de todo o país lançaram duras críticas ao Ministério da Agricultura que acusam de ter perdido milhões de euros em fundos comunitários não utilizados durante o terceiro quadro comunitário de apoio. Numa altura em que os preços dos cereais, e em especial do milho, estão a descer aos níveis de 2006, os produtores de milho vêem de novo com bons olhos a aposta nos biocombustíveis.
Francisco Avillez, catedrático do Instituto Superior de Agronomia, acredita que é possível rentabilizar uma unidade de produção de bioetanol com os actuais preços do milho. "O Governo não devia dar isenção à produção de biocombustíveis se não utilizarem pelo menos 50% de matéria-prima nacional. E além disso, não se devia limitar a isenção ao biodiesel que recorre a óleos estrangeiros", referiu o especialista. Também Arlindo Cunha, ex-ministro da Agricultura, defendeu é preciso uma "política mais ousada" nesta área e introduziu o tema dos OGM (milho geneticamente modificado) referindo que "se Portugal e a Europa continuarem a ver fantasmas nesta matéria é como andar de carroça quando outras zonas do globo andam de Mercedces e BMW’s". Arlindo Cunha criticou ainda o facto de se encerrar o terceiro quadro comunitário com cerca de 200 milhões por gastar.
Luís Vasconcellos e Sousa, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo (ANPROMIS) – organizadora deste encontro em Tomar – salientou que a evolução do sector do milho vai depender muito da política de Obama e que a produção deste ano não depende da falta de água, mas sim a conjugação dos baixos preços do produto final com os custos dos adubos e sementes muito elevados. "A situação é complicada porque os preços do milho voltaram a níveis de 2006, mas os custos não, como é o caso da electricidade" cujo valor a pagar é mais elevado depois de ter acabado a electricidade verde, apoiada em cerca de 100 euros por hectare, explicou Vasconcellos e Souza. "Com preços tão baixos e factores de produção a valores tão altos, já era bom se na próxima campanha a produção se mantivesse", conclui.
Os produtores de milho portugueses queixam-se ainda da ausência de investimento no sector nos últimos três anos, responsabilizando o Ministério da Agricultura pela não utilização de fundos comunitários que estão à disposição do país. "Ao contrário do passado, em que os fundos europeus permitiram que a agricultura portuguesa desse um salto, neste momento não se investe porque o Estado português não tem posto à disposição as verbas necessárias para que os investimentos se realizem", afirmou. O presidente da ANPROMIS não percebe "por que há dinheiro comunitário à disposição do país e o Estado não o utiliza", e espera por isso que "no futuro alguém seja julgado pelo que anda a fazer".
Ribatejo na liderança com
27 mil hectares plantados
A maior bolsa de produção de milho do país, com produtividades elevadas, é o Ribatejo, que tem uma área de 27 mil hectares. Relativamente à produção nacional, foram semeados 156 mil hectares de milho em 2008, um terço do qual destinado à alimentação animal (silagem) e o restante a milho grão. A exportação nacional anda na ordem das 20 mil toneladas. Nesta campanha de 2008/2009, a produção de milho atingiu as 716.604 toneladas, em 102.372 hectares, o que representa um aumento (em termos de produção) de 3,3 % face à campanha anterior. Vasconcelos e Sousa refere que Portugal está actualmente dentro das médias de produção europeias, "com a diferença de que tem um regime hídrico que o coloca mais dependente em relação à água". Para o presidente da Anpromis, "Portugal tem uma estrutura de custos má porque não é eficiente e todos os factores de produção são muito caros, com preços 20 a 30% mais elevados [que os países concorrentes] com excepção da mão-de-obra". A área ocupada por este cereal já foi mais do dobro há 10 anos.
Portugal importa 65%
do milho que consome
Luís Vasconcellos e Souza diz que as importações de milho atingiram cerca de 65% do total do consumo nacional, ou seja, 1,2 milhões de toneladas, que representaram 156 milhões de euros, a um preço médio de 0,13 euros/quilo. Os dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) são diferentes dos valores da ANPROMIS e apontam para a entrada em Portugal de milho no valor de 296,2 milhões de euros entre Janeiro e Outubro de 2008 contra 254,3 milhões no mesmo período de 2007.
Os números ainda provisórios do INE indicam que do total do milho existente na campanha 2006/07, 1,7 milhões de toneladas destinaram-se à alimentação animal e apenas 106 mil toneladas foram para consumo humano.
Quanto à origem do milho consumido em Portugal, Vasconcellos e Souza refere que aos mercados habituais França e Hungria se juntaram agora os países do Leste Europeu não comunitário, como Ucrânia ou a Rússia, que apostaram na produção deste cereal quando os preços subiram em 2007. Portugal continua a não produzir o suficiente para consumo interno e a balança comercial deste sector é deficitária.
Mais apoio à armazenagem
Os produtores queixam-se ainda que não têm condições de armazenagem por falta de espaços adequados e já tentaram inclusivamente pedir ajudas do Ministério da Agricultura para recuperar e construir silos. A proposta de recuperar e construir silos para armazenagem de milho implicava um investimento de 8 a 9 milhões de euros, disse Vasconcellos e Souza. Em Portugal, a armazenagem não ultrapassa um quarto do total da produção, enquanto a média da União Europeia é de dois terços. Questionada sobre o assunto, fonte oficial do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, explicou que a proposta da Anpromis deve ser apresentada no âmbito do PRODER, cumprindo as respectivas regras.
O "ministro dos 30%"
João Machado, presidente da CAP, esteve no encerramento do colóquio da ANPROMIS e lançou duras críticas ao ministro da Agricultura, Jaime Silva. "Este ministro só conseguiu executar 30% das ajudas comunitárias. Podemos dar-lhe o cognome de Ministro dos 30%", rematou João Machado na sua intervenção que foi pautada pela crítica à falta de apoio aos agricultores. "Este Governo e a Comissão Europeia estão a denegrir os agricultores. Encaram-nos como meros receptores de subsídios, como pessoas que não querem trabalhar", disse João Machado, falando em seguida do corte de apoios na electricidade verde e na obrigatoriedade de pagar taxa do audiovisual, que segundo dados da CAP, representa cerca de 100 mil euros por mês. "É seguramente para vermos televisão no meio do campo", brincou João Machado. "O Governo toma medidas todos os dias para apoiar as empresas mas que estão vedadas aos agricultores", salientou ainda o dirigente.

Fonte: O Ribatejo - Portugal
 
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