O Rio Grande do Sul começa a colher uma safra menor de uva para vinho. O clima não ajudou e a quebra, na serra gaúcha, pode chegar a 30%. O agricultor Alexandre Scortegagna já começou a colheita na propriedade de dez hectares. Há 60 anos a família produz quatro variedades de uva em Flores da Cunha, na serra gaúcha. A expectativa para safra 2009 é colher cerca de 150 mil toneladas, um valor 30% menor do que no ano passado. “Na hora da floração, muitas vezes o clima não tem colaborado muito. Chuva em excesso também ajudou a prejudicar”, explicou seu Alexandre. Nos últimos anos, os produtores estão investindo, principalmente, no sistema de condução das videiras. Com os novos modelos a uva fica mais exposta ao sol, à ventilação e livre do ataque de pragas e fungos. Com o investimento fica mais fácil a colocação do produto no mercado e aumenta a qualidade do vinho. “Essa uva vai ficar excelente. Eu vou ter do início ao final da colheita um processo muito bom de maturação, de todas as características necessárias para ter um bom vinho”, disse Zair Molon, técnico agrícola. Até agora, o sistema foi adotado por apenas 5% dos produtores gaúchos. A pouca adesão se deve ao alto custo de produção das parreiras, cerca de 40% mais caro do que o tradicional. Edegar Scortegagna estudou enologia na Itália e garante que as técnicas aplicadas nos vinhedos e na produção da bebida trazem resultado para o produto final. “Nós conseguirmos produzir vinhos de excelente qualidade. É isso que a gente tem que buscar para poder proporcionar ao consumidor final um vinho agradável”, falou Scortegagna. A maior parte da uva cultivada no Rio Grande do Sul é destinada à fabricação de vinho.