Trigo - Acordo apoia manutenção temporária da TEC do trigo
Data:
19/02/2009
Após divergência, produtores e moinhos alinhavaram isenção de maio a agosto Enquanto triticultores pediam no Ministério da Agricultura a manutenção da Tarifa Externa Comum (TEC), empresários solicitavam ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, a retirada da tarifa. No final da tarde, no entanto, eles chegaram a um consenso. Em reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno, em Brasília, produtores e moinhos concordaram que a cobrança de 10% para importação de países de fora do Mercosul deve ser mantida enquanto durarem os estoques, estimados em 3 milhões de toneladas. A intenção dos moinhos é retirar a tarifa para garantir o abastecimento, devido à quebra da safra argentina. Frente ao pedido feito no início do dia, Miguel Jorge prometeu levar o tema à Camex. O Brasil consome 10,2 milhões de toneladas, enquanto a produção é de 6 milhões de t. No entanto, os produtores querem assegurar a comercialização da safra e evitar o achamento do preço. O presidente da Câmara Setorial, Rui Polidoro Pinto, disse que é necessária a manutenção da TEC pelo menos até maio. A Abitrigo estima que os estoques nacionais devem durar até o fim de abril. Com isso, ficou alinhavado o pedido de isenção da TEC entre maio e agosto, quando começa a colheita no Paraná. O diretor do Departamento de Comercialização e de Abastecimento Agrícola e Pecuário do Ministério da Agricultura, José Maria dos Anjos, disse que, no próximo mês, o Conselho Monetário Nacional deve votar as reivindicações feitas pelos triticultores ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Eles pediram a correção em 26% do preço mínimo, que passaria dos atuais R$ 480,00 para R$ 600,00 a tonelada do trigo tipo 1. Eles também reivindicam a liberação antecipada de R$ 2,5 bilhões para o custeio da safra, cujo plantio começa no final de março.