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Registro - Importadores de grãos da Ásia pisam no freio
Data: 26/02/2009
 
A desaceleração das importações de compradores de peso da Ásia, que como o resto do mundo amargam os efeitos da crise financeira global, tende a manter as cotações internacionais dos grãos sob pressão no curto prazo.
Aquecidas entre o fim de 2008 e o início de janeiro, em grande parte devido à recomposição de estoques utilizados durante o pico de preços do primeiro semestre do ano passado, as importações asiáticas de soja, milho e trigo começaram a perder fôlego em janeiro mesmo, em uma tendência também observada por traders e analistas da região em fevereiro.
"Importadores estão encarando uma difícil situação de crédito e não querem mais construir estoques", disse um gerente de compras de uma grande fabricante de rações na Coreia do Sul.
Relatório recente do centro de informações sobre grãos e óleo da China afirma que os importadores de soja do país deverão manter um comportamento cauteloso pelo menos ao longo das próximas semanas, à espera de novas quedas de preços derivadas do enfraquecimento da demanda.
Após recuarem a 3,03 milhões de toneladas em janeiro, 12% menos que no mesmo mês de 2008, as importações chinesas de soja deverão cair para 2,63 milhões em fevereiro e somar 2,7 milhões em março, segundo estimativa do Ministério do Comércio.
Esta previsão não passou despercebida nas principais bolsas mundiais que negociam o grão, e em Chicago, a maior delas, os preços caíram, também sob a influência decisiva dos sinais de arrefecimento da disputa entre governo e produtores rurais na Argentina.
Como querem os importadores, os contratos de soja com vencimento em maio encerraram o pregão de Chicago a US$ 8,80 por bushel, em baixa de 3,50 centavos.
No mercado de trigo, o país asiático que mais preocupa os exportadores é o Paquistão, grande importador do cereal em 2008. Para uma trading que opera no país, os paquistaneses estão abastecidos e poderão ficar fora do mercado até novembro.
Relevante para guiar as cotações nas bolsas asiáticas, a notícia não teve repercussão ontem em Chicago, onde as cotações subiram devido à previsões de clima seco em regiões produtoras americanas. Maio subiu 9,50 centavos de dólar, para US$ 5,3575 por bushel.
No caso do milho, as atenções, no que se refere ao apetite asiático, estão voltadas para Coreia do Sul e Japão, dois dos maiores importadores do planeta. E ambos têm demonstrado pouco interesse em ir às compras, conforme traders de Seul e Tóquio.
Ainda que a demanda preocupe, a expectativa de plantio menor nos EUA na próxima safra fez os preços subirem em Chicago. Maio ganhou 9,25 centavos e fechou a US$ 3,7225 por bushel.

Fonte: Valor Econômico

 
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