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Café - México planeja elevar produção de café
Data: 05/03/2009
 
O México planeja plantar milhões de novos pés de cafés com o intuito de alcançar seus vizinhos latino-americanos, depois de perder posições no ranking dos principais exportadores de café do mundo.
Nos próximos 5 anos, o governo dará subsídios aos produtores que replantarem os pés de cafés que tem baixa produtividade.
O programa, promovido pela Organização Nacional do Café, espera chegar a um terço de todos os cafeicultores do México, cujas plantações ocupam aproximadamente 200 mil hectares.
No Sul do México, região onde se cultiva a maioria dos grãos do país, as colinas estão cobertas por fazendas cafeeiras, algumas com mais de um século de existência.
A região tem sido afetada por desastres naturais, o mais recente foi o devastador furacão Stan em 2005, que devastou colinas inteiras e o solo rico em nutrientes.
“As terras estão muito cansadas. Furações, ventos, nós temos enfrentado a perda natural (...), todos tememos uma menor colheita, menos manutenção e menos investimento”, disse Ingrid Hoffman, uma cafeicultura de Tapachula, no sul do estado de Chiapas.
México colheu 4,2 milhões de sacas de 60 kg de café na safra 2007/08, e espera uma produção entre 4,5 e 4,8 milhões de sacas na safra 2008/09, estimativa muito inferior aos quase 6 milhões de sacas produzidas antes da crise cafeeira.
Em 2000, o México era o sexto maior exportador de café no mundo, mas em 2004 caiu para o décimo segundo lugar, e atualmente está em oitavo, atrás de países menores como, por exemplo, Guatemala e Honduras, segundo estatísticas da Organização Nacional do Café (OIC).
O país produz em média seis sacas de café por hectare, enquanto que outros países latino-americanos produzem mais que o dobro, disse Rodolfo Trampe, chefe da Associação Mexicana da Cadeia Produtiva de Café (Amecafe).
“O México tem uma densidade de plantações relativamente baixa, há estados com cerca de 700 a 800 pés de cafés por hectare (...), uma concepção de uma cafeicultura muito tradicional, dos anos 50 e 60”, explicou.
Ajuda da taxa de câmbio
Os cafeicultores, muito deles com famílias que se dedicam à produção de café por gerações, também estão batalhando para recuperar-se da queda nos preços de café no final da década de 90 e início desta.
“A queda começou através da crise, houve um pouco de recuperação, mas não para mantermos economicamente”, explicou Hoffman, descendente de imigrantes alemães que compraram grandes terrenos para cultivar café no México e na Guatemala.
No plano de renovação o objetivo é que todos os cafeicultores inscritos plantem ao menos 1.600 novos pés de café por hectare nos próximos 5 anos.
Além disso, técnicos especializados ajudarão para certificar o novo café como de alta qualidade, em um esforço de impulsionar a reputação dos grãos mexicanos, que tem perdido terreno ante as variedades gourmet da América Central.
O plano de renovação vem em momentos que os cafeicultores, vastamente golpeados pelos altos custos de produção, estão se beneficiando pelo baixos preços dos fertilizantes e de uma moeda depreciada, o que faz com que as exportações fiquem mais atrativas.
“Vendemos por toda a Europa e Estados Unidos, assim, com certeza, a taxa de câmbio ajudará”, disse Hoffman, cujas plantações estão produzindo cerca de 75% a menos que a 20 anos.
“Creio que algum dia poderemos nos recuperar”, finalizou.
As informações partem de agências internacionais.

Fonte: Café e Mercado

 
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