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Registro - Argentina planeja agência para grãos
Data: 05/03/2009
 
A Argentina pode criar uma agência estatal para influenciar os preços do poderoso mercado de grãos do país. Mas qualquer proposta será levada ao Congresso e o órgão não será criado por decreto, disse ontem uma autoridade do país. Produtores ameaçaram uma greve por conta da ideia de intervenção nos mercados de soja, trigo e milho. Mas representantes dos fazendeiros saíram de uma reunião com a presidente argentina, Cristina Kirchner, afirmando que as conversas sobre política agrícola foram "positivas".
O ministro do Interior, Florencio Randazzo, disse que o governo buscará aprovação parlamentar para qualquer plano que aumente o papel do Estado no setor agrícola. Autoridades que falaram sob condição de anonimato nos últimos dias sugeriram que Cristina poderia criar a agência por decreto.
"Não vamos enviar uma proposta hoje, mas não descartamos a possibilidade para o futuro", disse Randazzo a jornalistas após uma reunião de duas horas entre a presidente e produtores para discutir uma disputa política envolvendo impostos sobre exportações e outras políticas governamentais. "A criação de qualquer agência para a intervenção estatal no comércio de grãos protegerá os pequenos e médios produtores e, sobretudo, envolverá o Congresso", disse Randazzo.

Lácteos
Os produtores agrícolas da Argentina disseram que o acordo de terça-feira com o governo para reduzir as taxas sobre os laticínios e elevar as exportações de carne bovina não satisfaz as expectativas diante da pior seca em 50 anos.
"O acordo não é bom o suficiente", disse Alfredo Rodes, diretor executivo da Carbap, que representa 34 mil produtores agrícolas em Buenos Aires e nas províncias dos Pampas. "O que foi assinado ontem já foi prometido antes, mas depois não vimos nenhum resultado."
A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirschner, tenta evitar uma repetição do conflito do ano passado com os produtores agrícolas, cujos protestos a respeito das taxas de exportação suspenderam as vendas e causaram déficits alimentícios na segunda maior economia da América do Sul. A presidente participou de conversas com líderes agrícolas e concordou em eliminar as taxas de exportações sobre os laticínios e aumentar os preços domésticos para o trigo, para 420 pesos (US$ 116) a tonelada , frente aos 370 pesos anteriores.

Fonte: Gazeta Mercantil
 
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