Preço baixo do grão leva produtor a reduzir área destinada ao plantioProdutor de milho há 30 anos, o agricultor José Luiz Giongo, de Seberi, poucas vezes plantou uma área tão pequena do grão como os 20 hectares que pretende destinar à cultura no próximo ciclo. Depois de cultivar cem hectares neste ano, ele quer reduzir em 80% a lavoura, temendo prejuízos com a redução do preço pago ao produtor. – O preço estava em R$ 23 a saca no início do plantio. Agora está em cerca de R$ 16, o que não cobre os custos de produção – afirma. O cenário de retração nos preços reverte a euforia que mobilizou os produtores nos últimos dois anos, com o crescimento das exportações de frango e suínos elevando a demanda pelo cereal e a perspectiva de que mais milho seria destinado à produção de etanol nos Estados Unidos, reduzindo o combustível no Exterior. O otimismo foi rechaçado pela crise financeira e instalou entre os produtores a necessidade de revisar o plantio, suscitando o debate do 1º Fórum Nacional do Milho, ontem, no primeiro dia da Expodireto Cotrijal 2009, que vai até o dia 20, em Não-me-Toque. Para o presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho da Silva, a decisão de Giongo reflete a cautela dos produtores, que não têm certeza do preço e da demanda. Para o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Milho, Odacir Klein, o quadro preocupa porque os preços não estão baixos por excesso de oferta e, se os produtores reduzirem o plantio, pode faltar milho no próximo ano,. Segundo o último levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento, a área de milho no Estado está estimada em 1,39 milhão de hectares. A produção deverá ficar em 4,4 milhões de toneladas, quebra de 17,2% ante o ano passado.