Arroz - Arrozeiros contestam origem da variedade 422 CL
Data:
25/03/2009
Orizicultores gaúchos solicitaram à Justiça perícia para verificar se a variedade de arroz Irga 422 CL é realmente mutagênica. Eles desconfiam se tratar de produto transgênico, e, assim, o trâmite deveria passar pela Comissão Técnica Nacional de Biotecnologia (CTNBio). O pedido faz parte do processo que se arrasta desde 2007 em que a Fearroz, cooperativas e produtores questionam o pagamento à Basf de royalties pelo Clearfield, já que a tecnologia foi incorporada a uma variedade desenvolvida pelo Irga – e que, segundo eles, teve pesquisa financiada pelo setor. Advogado responsável pela ação e produtor Fábio Gomes informou que foram apresentados laudos encomendados a especialistas que comprovariam a transgenia. A Basf informou, por meio de nota, que a resistência ao herbicida Only do Clearfield foi obtida por meio da seleção de plantas de arroz tolerantes, diferentemente dos transgênicos, onde é feita a introdução de genes de outras espécies. O presidente do Irga, Mauricio Fischer, afirmou que a alegação dos produtores não tem fundamento. Sérgio Lopes, melhorista do Irga, corroborou que o gene da resistência foi obtido por mutação e sua inserção na cultivar Irga 417, que deu origem ao Irga 422 CL, se deu por cruzamento natural. O advogado esclareceu que o pagamento de royalties pelo uso do sistema está suspenso por decisão liminar do Tribunal de Justiça gaúcho. Além disso, destacou que os produtores representados na ação não foram procurados pela Basf para negociar a forma de cobrança.