Feijão - Brasil tem potencial para exportar feijão
Data:
25/03/2009
O feijão tem potencial para se tornar mais um item importante na pauta de exportações do agronegócio brasileiro, acredita o pesquisador do Instituto Biológico, Sérgio Carbonell. "Em termos de variedade e qualidade culinária, nosso feijão não fica devendo nada a nenhum outro", assegura. O País dispõe também de genética e tecnologia para deter os maiores índices de produtividade. Falta, no entanto, um empenho maior dos produtores - a média de produção é de 800 quilos/hectare para um potencial de 4.500 quilos/hectare - e do próprio governo. "A Argentina, que não tem grande tradição na cultura, exporta bem mais feijão do que nós." Nos últimos anos, o Brasil tem exportado em média 200 mil toneladas anuais, algo insignificante, perto do total de exportações mundiais do produto, de 5 milhões de toneladas. Espanha e Portugal foram nossos principais compradores. Mianmar, país asiático antes conhecido como Birmânia, lidera o ranking dos exportadores.
DUPLA APTIDÃO Entre os países produtores, alinham-se os Estados Unidos e o Canadá - os canadenses abastecem a Europa com feijão branco. De acordo com o pesquisador do IAC, a pesquisa tem se voltado para o desenvolvimento de cultivares com dupla aptidão: atender às necessidades internas e estar apto para cobrir alguns nichos do mercado mundial. Os cultivares harmonia e boreal apresentados em Capão Bonito são feijões grandes, coloridos e rajados, que ele classifica como tipo exportação. "Têm ciclo curto, de 70 dias, e de sabor levemente adocicado, o que torna seu uso muito versátil na culinária." A produção de sementes genéticas teve início em 2007. Este ano, a rede de unidades da Secretaria da Agricultura já dispõe de quantidades limitadas para fornecer aos parceiros. Até agora, o Brasil importava esses feijões para atender principalmente restaurantes e hotéis. "A importação de sementes sempre traz algum risco fitossanitário", disse. Também tem bom potencial para o mercado externo o feijão preto diplomata desenvolvido pelo IAC. É altamente produtivo e resistente à antracnose. "Tem ótima qualidade de caldo e muito bom para enlatar", diz Carbonell.