A produção brasileira de grãos avança rápido no mapa mundial de plantio destas variedades geneticamente modificadas. Como esquecer o segundo semestre de 2007, quando a Europa literalmente se lançou as compras de milho não-transgênico. Aonde? No Brasil, tradicional plantador de variedades híbridas convencionais. Naquele momento, os preços subiram rapidamente, recordes de exportação foram batidos e paralelamente o governo exerceu a maior venda da história de milho dos estoques públicos, na tentativa de conter a desenfreada alta dos preços. A produção brasileira de grãos avança rápido no mapa mundial de plantio destas variedades geneticamente modificadas. Um em cada oito hectares de transgênicos cultivados está em lavouras brasileiras, ou seja, o Brasil é responsável por 12% que equivale a 15,8 milhões de hectares. Só ficamos atrás dos EUA e da Argentina, com respectivamente 62,5 e 19,1 milhões de hectares. Do total da área brasileira cultivada com transgênicos, 14 milhões de hectares com soja, 1,4 milhão com milho e 400 mil hectares com algodão. Nesta safra 2008/2009 chegam aos armazéns volumes expressivos da primeira colheita oficial de variedades geneticamente modificadas, preconizando economia no cultivo de 5% e aumento da produtividade em cerca de 6% em função da resistência a pragas e seus efeitos. Esta mudança extravasa a porteira da fazenda e provoca um rearranjo em toda a cadeia produtiva do milho. Alguns armazéns gerais, responsáveis por beneficiar e armazenar a produção, já declararam que não vão receber o milho transgênico, pela dificuldade operacional em mantê-los separados dos grãos convencionais. Grandes empresas consumidoras declaram que em seus contratos de fornecimento está estabelecido o não uso de milho geneticamente modificado nas suas fábricas de ração. Forma-se assim um novo mercado, com tendência de surgimento de ágio para o milho convencional. Mas por que isso? Nenhuma resposta técnica ou científica é capaz de explicar os riscos do uso desta nova geração de grãos. As vantagens econômicas do milho transgênico e suas economias podem ser neutralizados se o mercado pagar mais pelo milho convencional. O petróleo voltou a superar os US$ 51.00/barril, fornecendo suporte para o milho em Chicago (CBOT). O relatório de estimativa de plantio nos EUA, que será divulgado pelo USDA no próximo dia 31, deve confirmar as expectativas de redução de área de milho em detrimento do aumento da área de soja. As exportações brasileiras de março não devem superar 450 mil toneladas, bem abaixo das 750 mil toneladas mensais que garantiriam o escoamento dos excedentes domésticos. A colheita no Brasil avança e já atinge 44% da área plantada.