Poupança rural teve prorrogadas as mudanças para créditoVárias medidas aprovadas ontem pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) dão novo fôlego para o campo. Uma delas prorroga as mudanças na poupança rural e no depósito compulsório que ajudaram a injetar mais recursos no setor agrícola. Em outubro do ano passado, diante da crise de crédito, o governo aumentou o direcionamento obrigatório da poupança rural para crédito agrícola de 65% para 70% dos depósitos. Também houve crescimento na parcela do depósito compulsório sobre depósito à vista direcionada ao crédito rural, de 25% para 30%. A medida valia de 1º de novembro a 30 de junho, mas foi prorrogada por mais um ano. Se acabasse agora, haveria redução de R$ 9 bilhões no crédito. Para evitar essa diminuição imediata, foi criado um cronograma, que reduz as alíquotas em um ponto percentual a cada 12 meses a partir de junho de 2010. O governo também anunciou novos prazos para o processo de renegociação das dívidas agrícolas, que deveria ser concluído até o dia 31 de março. Para quem aderiu ao programa até 12 de dezembro de 2008, o prazo foi esticado para 15 de maio deste ano. A nova data vale também para que se faça o pagamento das parcelas que venceram e vencerão entre 15 de outubro de 2008 e 14 de maio de 2009 desses agricultores. O CMN também anunciou a correção do preço mínimo para as chamadas culturas de inverno, como o trigo. O preço mínimo para o cereal mais utilizado para fabricação de pães, normalmente importado (trigo classe melhorador e durum tipo 1 região Sul) passa de R$ 28,80 para R$ 33,30 (+15,63%). A medida tem como objetivo incentivar a produção nacional do produto. O aumento de gastos do governo com essa medida já está previsto no Plano de Safra 2008/2009. Novas inclusões no Pronaf Mais Alimentos Projetos de investimento para produção de gado de corte, suínos e aves também foram incluídos pelo CMN no Pronaf Mais Alimentos, o que permite aos produtores solicitar crédito de até R$ 100 mil ao ano com taxa de 2%. – Quando o programa foi lançado, no ano passado, o foco era estimular a produção para garantir a oferta de alimentos. Agora, o foco é estimular a indústria – explicou o secretário adjunto de Microfinanças e Política Agrícola do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt. O conselho autorizou ainda um desconto de 30% sobre a renda bruta obtida com gado de corte, milho, feijão, arroz, trigo e mandioca para fins de enquadramento no Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf). No caso do financiamento para custeio e comercialização de agroindústrias, foi estabelecido o limite de R$ 50 mil por pessoa física, para contrato coletivo. Para as cooperativas, o valor passou de R$ 2 milhões para R$ 5 milhões.