Rally da Safra mostra que, mesmo aplicando menos adubo, produtor deverá colher as mesmas 44,5 sacas/hectare - Mesmo com a redução no uso de fertilizantes, a produtividade média das lavouras de soja não deve cair no Brasil, ficando em torno de 44,5 sacas por hectare, ou seja, dentro das médias históricas. Já a produção total da leguminosa deve cair, ficando a colheita 2008/2009 em 57 milhões de toneladas, ante 59,9 milhões de toneladas da safra anterior. Estes dados foram apresentados na quinta-feira passada em São Paulo (SP), pela Agroconsult, durante a divulgação dos resultados do Rally da Safra 2009, expedição anual realizada no início do mês pela consultoria nos principais polos agrícolas do País. "A produtividade média superou as nossas expectativas", diz o analista André Debastiani. "Uma para explicação é a de que os agricultores reduziram a área plantada, o que permitiu que não houvesse uma diluição muito grande do fertilizante."
BUSCA POR INFORMAÇÕES Além disso, a avidez dos agricultores por informações marcou a edição do Rally. "Neste ano houve aumento da demanda por informações confiáveis e maior preocupação com a profissionalização da atividade", diz Debastiani, explicando que os preços internacionais das commodities agrícolas subiram sustentados pela onda de expansão da economia global, que sinalizava a possibilidade de faltar alimento no mundo. Com isso, a demanda por produtos agrícolas seria crescente. "Como as projeções não se confirmaram, a preocupação do agricultor agora tem sido entender o que é real e o que é especulação em meio ao sobe-e-desce das cotações nas bolsas", destacou o analista.
TRANSGÊNICOS O levantamento constatou também que cerca de 1,5% da área com milho na safra de verão foi semeada com grãos geneticamente modificados (OGM). O levantamento toma por base sementes da primeira variedade transgênica de milho aprovada comercialmente pelo governo. O sócio-diretor da consultoria, André Pessoa, acredita que o milho transgênico deverá ocupar cerca 40% da área cultivada já na safra 2009/2010. Ele lembra que a soja transgênica ocupa hoje, depois de cerca de dez anos de introdução no Brasil, em torno de 60% da área plantada na safra de verão. A pequena área de cultivo com milho transgênico, conforme Pessoa, deve-se ao fato de não ter havido tempo suficiente para que as sementes fossem reproduzidas. "A aprovação do governo ocorreu dois ou três dias antes do término do período ideal para que a cultura fosse semeada. A expectativa, no entanto, é a de que já para a próxima safra de verão o crescimento seja maior do que o registrado pela soja", diz. Para a segunda safra de milho, cujo período de plantio acaba de se encerrar, a Agroconsult prevê que a área com transgênico alcance 30% do total.