Os contratos de trigo para julho fecharam em alta de 4,55%, cotados a 562,75 centavos de dólar por bushel, na Bolsa de Chicago (CBOT). Os preços subiram pelo terceiro dia consecutivo com a expectativa de estabilidade na economia, após o G20 anunciar US$ 1 trilhão para o Fundo Monetário Internacional para aliviar os efeitos da crise. De acordo com Élcio Bento, da Safras&Mercado, os preços do cereal foram influenciados por fatores exógenos. "No lado financeiro, a reunião do G20 injetou ânimo no atual cenário de crise e puxou o preço do petróleo além de derrubar o dólar frente às outras moedas, isso resultou em alta generalizada das commodities agrícolas". Para Bento, deve ainda ser destacado que desde a divulgação do relatório do Departamento de Agricultura Americano (Usda), que apontava queda de 7% da área de trigo nos EUA, "as cotações mantêm um viés de alta". O analista pontua que foram três sessões de fortes altas que culminaram com os contratos cotados acima de 560 centavos de dólar o bushel. "Ainda assim, não creio que seja motivo suficiente para uma busca de um novo patamar de equilíbrio acima do atual, com cotação de suporte em 500 centavos de dólar e resistência em 550 centavos de dólar por bushel", conjectura Élcio Bento. Israel comprou 25 mil toneladas de trigo do Mar Negro por US$ 148 por tonelada, segundo o grupo de pesquisa francês Ofrre et Demande Agricole Sarl. O país também adquiriu outras 25 mil toneladas de milho por US$ 176 a tonelada e 10 mil toneladas de cevada. No caso dos contratos de milho, a alta foi de 1,60% na CBOT, cotados a 412,75 centavos de dólar por bushel. Na BM&FBovespa, os contratos para maio encerraram negociados a R$ 22,30 a saca de 60 quilos. Já a soja registrou valorização de 2,68% na CBOT, também graças ao pacote de ajuda mundial.